sexta-feira, 29 de abril de 2011

ÁGUA E ENERGIA -HISTÓRIA DE PRESIDENTE PRUDENTE

Sabesp
O escritório da Superintendência Regional da Sabesp em Presidente Prudente está localizado à Rua Cassimiro Dias, 355, tendo como responsável, Ivan Sobral Oliveira.
Antes da chegada da Sabesp, em 1979, apenas 50% da população era atendida na coleta de esgotos; e nem todos possuíam abastecimento de água.
Com os investimentos da Sabesp a cidade sofreu grandes mudanças na rede de água e esgoto, hoje 100% da população é atendida em abastecimento de água na cidade e 97% tem coleta de esgotos.
A captação da água em Presidente Prudente totaliza em média 65 milhões de litros/dia, sendo 780 l/s (litros por segundo) provenientes de mananciais superficiais e 140 l/s, de mananciais subterrâneos.
Em dias de maior consumo (segunda-feira, sexta-feira e sábado), chega-se a captar 70 milhões de litros/dia. Os mananciais superficiais de Presidente Prudente são: Rio do Peixe, represa da Sabesp no rio Santo Anastácio e represa do Balneário da Amizade.
Rio do Peixe - A captação de água foi iniciada em 14 de setembro de 1998, para atender a demanda crescente da cidade. A água captada, cerca de 640 l/s, é transportada através de adutoras e das Estações Elevatórias de Água Bruta I (localizada próximo às margens do rio) e II (no Distrito de Eneida), passando pelo Reservatório de Transição Recalque para Gravidade (localizado no Jardim Jabaquara), até chegar na Estação de Tratamento de Água, na avenida da Saudade. Entre o rio do Peixe e a E.T.A., a água é transportada por aproximadamente 42 km, demorando cerca de 10 horas nesse percurso. Para vencer o desnível geométrico de 144,96 metros, são utilizados conjuntos moto-bombas, com potência do motor de 700 CV.
Represa no rio Santo Anastácio: a primeira represa foi construída no final da década de 60 (1968) e ampliada no início da década de 80. Atualmente o volume reservado total é de 2.239.000 m3 e o volume reservado útil é de 1.720.000 m3. Podem ser captados até 450 l/s, os quais são transportados por cerca de 10,6 km para a E.T.A., vencendo um desnível geométrico de aproximadamente 100 metros.
Represa do Balneário da Amizade: a represa foi construída no final da década de 70, entre os municípios de Presidente Prudente e Álvares Machado, com fins recreativos, e começou a ser utilizada para o abastecimento urbano em 1985, em razão da seca prolongada. O volume reservado total é de 2.066.000 m3 e o volume reservado útil é de 1 .643.000 m3. Outrora responsável por cerca de 30% da água superficial captada para abastecer Presidente Prudente, atualmente a utilização desse manancial ocorre apenas em casos emergenciais.
Os três mananciais superficiais de Presidente Prudente encontram-se assoreados em razão da expansão urbana e do uso do solo para agricultura sem a necessária implantação de medidas adequadas de planejamento ambiental e de controle das fontes de degradação. Sua manutenção como manancial depende de urgentes medidas de controle da erosão e disciplinamento do uso do solo urbano e rural em suas bacias hidrográficas, aliado a um processo vigoroso e permanente de Educação Ambiental.
Distribuição de água - A distribuição da água para os usuários é realizada a partir dos reservatórios, por um sistema de rede com cerca de 680 km de extensão (percurso superior à distância de Presidente Prudente à Capital paulista). Os bairros das zonas baixas são abastecidos por gravidade. Já os bairros das zonas altas necessitam de bombeamento das águas para seu atendimento.
O sistema de abastecimento de água é muito dinâmico. Constantes mudanças acontecem, principalmente na captação, com o fechamento de poços por motivos de inviabilidade econômica, obstrução ou rompimento das tubulações, etc. A captação de água superficial também varia ao longo do ano, considerando a disponibilidade e qualidade do manancial, e do dia, em razão de economia de energia elétrica nos horários de pico (das 18 às 21 h).
Na operação deste sistema, a Sabesp conta com funcionários que trabalham diuturnamente, para garantir que a população prudentina tenha água em quantidade e qualidade adequadas às suas necessidades e ao desenvolvimento sustentável do município.
Sabesp, uma empresa volta para a saúde e a qualidade de vida
Cada vez mais o mundo está se conscientizando de que a água é um bem finito e que é preciso racionalizar ao máximo seu uso. É preciso se conscientizar também da necessidade de se coletar e tratar corretamente o esgoto, para que esse não polua as águas.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo nasceu em 1973 com a missão de planejar, construir e operar sistemas de água e esgotos, promovendo assim a melhoria de qualidade de vida da cidade de São Paulo.
História - os serviços de saneamento do Estado de São Paulo foram administrados por empresas privadas até 1893. Nesse ano, o governo da então Província de São Paulo assumiu a administração da Companhia Cantareira. Com o crescimento da região metropolitana, muitas mudanças aconteceram nessa área.
Até que em 1973 foram criadas as companhias estaduais de saneamento, com a implantação do Plano Nacional de Saneamento - Planasa. Assim nasceu a Sabesp, que incorporou as empresas e autarquias que gerenciavam o abastecimento de água e esgotos em São Paulo, além de duas outras empresas que atuavam no interior e litoral.
A Sabesp é uma empresa de economia mista, de capital aberto, que tem como principal acionista o Governo do Estado, mas também tem ações no mercado, negociadas na Bolsa de Valores, inclusive na Bolsa de Nova Iorque.
A maior empresa de saneamento da América Latina
O Brasil é um dos poucos países com abundância de água doce. E é preciso preservar isso. Aproximadamente 1,7 bilhão de pessoas sofrem com a falta de água e cerca de 1,85 bilhão de pessoas não contam com serviços adequados de saneamento básico.
Em contrapartida a essa dura realidade, os números da Sabesp são expressivos. Produz 85 mil litros de água tratada por segundo. Tem 24 milhões de clientes (60% da população total do Estado, o equivalente a mais que o dobro da população da Bélgica).
Sob o sistema de concessão, é responsável pelos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos para a cidade de São Paulo e para mais da metade dos municípios do Estado (366, de um total de 645).
Ainda fornece água tratada para mais de sete municípios da região metropolitana de São Paulo, que se responsabilizam pela distribuição. Seu patrimônio líquido é de quase R$ 8 bilhões e tem 18 mil empregados.
Todos esses números fazem da Sabesp a maior empresa de saneamento da América Latina. E, entre muitos prêmios e títulos recebidos nos últimos anos, ostenta o de Melhor Empresa em Saneamento Ambiental das Américas, conferido pela Associação Interamericana de Engenharia Sanitária.
Água da Sabesp tem ISO 9002
Uma das maiores preocupações da Sabesp é a qualidade de água que ela produz.
Uma qualidade já comprovada e reconhecida internacionalmente.
Em 1998, os laboratórios de Controle Sanitário da Região Metropolitana de São Paulo receberam a Certificação ISO 9002. Em 1999, o Laboratório da Unidade de Negócio Pardo e Grande foi credenciado pelo ISO Guide 25 para análises especializadas de água e esgotos, fazendo da Sabesp a primeira empresa brasileira a ter esse reconhecimento.



A Companhia Elétrica Caiuá
A Companhia Elétrica Caiuá é a maior empresa em operação em Presidente Prudente. Trata-se do maior grupo privado do ramo, no Brasil, sendo formado por oito concessionárias, que produzem um cadastro de 10 milhões de consumidores. A empresa está integrada, desde 1985, ao complexo Rede, de energia elétrica, constituído por ela, a Bragantina, a Nacional e a Vale do Paranapanema. Sua história remonta ao longínquo ano de 1921, ano em que o pioneiro José Soares Fernandes a criou, trazendo a energia elétrica para o novo município.
A empresa possuía uma pequena termoelétrica, alimentada por um locomóvel a vapor que acionava um gerador de 60 KWA, desde o anoitecer até a meia noite. Se havia uma concentração política ou outro encontro de interesse de Marcondes, aumentava-se o horário de fornecimento de luz. A operação se dava por meio de taxa fixa de consumo, avaliada de acordo com o número de lâmpadas-velas instaladas. Só depois de 1940, a medição passou a ser feita através do sistema de relógio.
Em 1927, a Companhia Marcondes de Colonização, Indústria e Comércio, dona da concessão faliu e os investidores João Gonçalves Foz e Vail Chaves compraram a Empresa de Luz e Força Presidente Prudente Limitada. Ambos trocaram o nome, para Empresa Elétrica de Presidente Prudente Limitada. Dois meses após a aquisição, Vail Chaves se retirou do negócio, ficando como proprietário exclusivo, João Gonçalves Foz que era engenheiro eletricista.
A empresa recebeu uma concessão por 30 anos para fornecer energia elétrica ao município de Presidente Prudente, pela Lei n° 15, de 15 de outubro de 1928. O ativo era muito primário, e ainda assim as instalações da Vila Marcondes foram danificadas pelos revolucionários de 1924, que se fixaram durante vários dias na cidade, comandados pelo General Isidoro Dias Lopes.
Gonçalves Foz entrou em entendimentos com a Serraria Jesus, resultando a ligação de seu gerador fosse ligado aos dois possantes motores, e a rede de distribuição foi substituída por uma nova, dotada de linhas de alta tensão de 2.200 volts. Existiam na cidade 210 consumidores. Ainda em 1928, Foz adquiriu a concessão de Santo Anastácio, então abastecida por um locomóvel a vapor, pertencente a Atílio Galhardi.
O negócio prosperou, havendo necessidade de se constituir uma empresa maior. Do projeto de João Gonçalves Foz nascia, em 2 de janeiro de 1929, a Companhia Elétrica Caiuá, com capital subscrito majoritariamente por ele, e Francisco Machado de Campos.
A partir dali o crescimento foi contínuo, com a empresa passando a gerar energia de origem hidrelétrica, da Usina de Laranja Doce, de 1.000 quilowatts, projetada por Foz, contando com máquinas da ASEA, sueca. Seguiu-se a Usina do Salto Quatiara, no Rio do Peixe, a construção de linhas de transmissão, a inclusão de novos mercados consumidores e o constante aumento da capacidade de geração e de transmissão, que a transformou na grande empresa de hoje.
Fornecimento de energia - Presidente Prudente foi à pioneira a iniciar as atividades no setor energético da região e atualmente este setor vem impulsionando o desenvolvimento do Centro-Oeste do Estado de São Paulo. Em 2001, o fornecimento de energia chegou a 112.454 megawatts/hora por ano. Isso permitiu uma distribuição altamente qualificada a mais de 180 mil consumidores. Em domicílios o abastecimento é de 100%. O consumo de energia na classe industrial cresceu de 54.506 MWh - gasto em 2001, para 57.391 MWh, em 2002

HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO EM PRESIDENTE PRUDENTE

A primeira emissora de rádio
No ano de 1938, dois amigos, Manoel Bussacos, e o gerente do Banco Sul América do Brasil, Raul Ignácio Pires, sentiam que a cidade já tinha porte suficiente para ter sua própria emissora de rádio. Resolveram formar uma sociedade, em que Bussacos entraria com a maior parte dos recursos, e Pires levantaria o restante no banco em que trabalhava. Nascia a Rádio PRI-5, "A Voz do Sertão", a mais antiga da cidade. Logo no início, o horário de funcionamento era de 8h às 14 h e das 16 h às 20 h.
A emissora teve participação ativa em todos os movimentos da cidade, sendo a responsável pela formação de grandes profissionais tanto de nossa cidade como da região. Nomes de peso passaram por seus microfones, podendo citar Carlos Alberto de Arruda Campos, Albino Tófano, Alceu Árias, Flávio Araújo, Joaquim Nascimento, José Fresneda (José de Alencar), Ivan Benedito da Silva, Dininho, Nenê Rodrigues, Geraldo Soller, Alberto Luziardi e a dupla Nhô Nico e Celestino, considerada a maior dupla sertaneja da região.
Seu elenco era constituído por profissionais tarimbados que tinham contato permanente com as maiores autoridades políticas do Brasil e artistas que formavam o `cast´ da famosa Rádio Nacional do Rio de Janeiro, entre eles Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Carlos Gaglhardo, Orlando Silva, Nelson Gonçalves, a prudentina Liana Duval, a dupla Ouro e Prata, Herivelton Martins e muito mais expressões de vulto.Nenê Rodrigues, sem dúvida alguma, foi a maior expressão da Rádio Difusora de Presidente Prudente de todos os tempos.
No auge de sua carreira deixou a radiofonia prudentina ao adquirir a Rádio Clube de Martinópolis, que dirigiu até a sua morte em 1999.
O fundador da Rádio Difusora Manoel Bussacos, morreu em setembro de 1940, num acidente de avião em Presidente Prudente. Foi substituído pelo filho Arnaldo Bussacos.
Na cidade existem hoje, as seguintes emissoras: Rádio 98 FM, Rádio 101 FM, Rádio Comercial de Presidente Prudente AM, Rádio Diário, Rádio Difusora, Rádio Educativa (91 FM), Rádio Paulista e Rádio Presidente Prudente AM.
A Rádio Presidente Prudente foi fundada em 1954, por Hélio Cyrino e os irmãos Platzeck teve com seu primeiro diretor-gerente, o radialista e jornalista Rubens Shirassu. A emissora montada por Hélio Cyrino e Rubens, foi inaugurada no dia 17 de dezembro de 1964, instalada a rua Tenente Nicolau Maffei, 415, 1º andar.
Posteriormente, mudou-se em 1957 para a mesma rua, no nº 357, onde funcionou até maio de 2003. A emissora foi vendida em 1965 para um grupo político, formado por José Lemes Soares, Odilo Antunes de Siqueira, Rodrigo Arteiro Penhabel, Piro Miranda e Florivaldo Leal, que transferiram-na ao radialista Carlos Alberto de Arruda Campos. Com a sua morte, sua esposa, filhas e genros passaram a comandar a emissora. Trabalharam na rádio os seguintes radialistas: Nilton Alves, Tito Junior, Hélio Athia, Rubens Shirassu, Fernando Brizolla de Oliveira, Joaquim Nascimento, Constantino Nascimento, Divarcí Nascimento, Maestro Zito, Altino Correia, Nilton Mescoloti, Sérgio Antônio, Mamãe Dolores, Tadashi Kuriki, Amador Alvim, Ediberto Mendonça, Galileu Silva, Takashima, Nho Miguel, Neuza Matos, Neif Taiar, José Barbato, Geraldo Gomes, Reginaldo Nunes, Ananias Pinheiro, Jorgete Santos, Mário Luiz, Joilton Carlos, Sérgio Paulo do Carmo Alves, Wolfgang Bendrath Júnior, Ivete Nascimento, Joseval Peixoto, Rafael de Lala, Jurandir Gomes, Takashima, Ediberto Mendonça, Regina Célia, Lucas Macedo, Ed Thomas, Hélio Carreiro, Hélio Cassemiro e Airton Roberto.
Participando de uma concorrência promovida pelo Dentel, a Rádio Presidente Prudente AM foi aquinhoada com um canal de emissora FM, hoje conhecia como 101 FM, funcionando no mesmo local onde está a emissora mais antiga do grupo.
 



A Rádio Piratininga foi inaugurada em Presidente Prudente em maio de 1962, sendo componente da maior rede e rádio do interior brasileiro, de propriedade do médico e político Miguel Leuzi Filho.
O seu primeiro gerente foi o radialista de Indiana (SP) Jorge Antônio Salomão, que posteriormente mudou-se para Dourados (MS), onde se elegeu prefeito. Depois de Salomão, a emissora passou a ser dirigida por Jaime Carrijo Cunha que dinamizou os setores de jornalismo e esportivo.
Miguel Leuzi passou a sua concessão para o Grupo religioso que depois a vendeu para um empresário paranaense, mudando a sua denominação para Rádio Cidade.
Foram seus principais radialistas: Camel Farah, José Italiano, Jaime Cunha, Lázaro Dias, Himmer Lombardi, Hugo José de Oliveira, Cícero Afonso, Homero Ferreira, Neif Taiar, Reginaldo Nunes, Luiz Semensati, Ed Thomas, José Sanches, Sérgio Jorge Alves, Ditinho, Francisco de Assis, Chico Rodrigues, Jorge Salomão, Jurandir Gomes, Aedo Camilo, Antônio Marco Silvestre, Rosildo Portella, Wilson Andreazzi, Genézio Barrizon, Nelson Nagai, Sérgio Antônio, Tadashi Kuriki, Hélio Cassemiro e Airton Roberto.
A Rádio Comercial de Presidente Prudente foi fundada em 1959 pelos irmãos Arnaldo Agostinho Bussacos e Rubens Bussacos, filhos do fundador da primeira emissora prudentina Manoel Bussacos - a PRI-5. A Rádio Comercial AM iniciou suas atividades no próprio transmissor e torre instalados na avenida da Saudade, esquina com a 14 de Setembro. Daí mudou-se para a rua Barão do Rio Branco entre a avenida Brasil e a rua Dr. José Foz. Os irmãos Bussacos transferiram sua concessão ao prudentino José Rotta, na época presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo. Rotta, por sua vez, passou a sua direção para seu sobrinho Ernesto Coquemala, que vendeu parte da emissora ao radialista Nilton Mescoloti.
Foram seus principais radialistas: Joaquim Nascimento, Osvaldo Torino, Álvaro Portel, José de Melo Brito, Germano Dansinger, Neif Taiar, Dininho, Nilton Mescoloti, José Cidalino Cararra, Irany de Souza, Geraldo Soller, Camel Farah, Ananias Pinheiro, Aristóteles Totinha Pinheiro, Reginaldo Nunes, Ely Frank, Carlos Tófano, Turito Colnago e José Cidalino Carrara, Hiner Lombardi, Irineu dos Santos, Waltair Greghi, Bendrath Junior, Sinésio de Souza, Nhô Nico e Celestino, Sérgio Jorge, Homero Ferreira, Luiz Semensati, Douglas Perez e Sinomar Calmona.
Em 1979, a Rádio Comercial AM foi a vitoriosa numa concorrência que destinava um canal de emissora FM para Presidente Prudente.A partir de 1983, após quatro anos de instalada foi quando Ernesto Coquemala Sobrinho e Nilton Mescoloti, resolveram abrir a sociedade, ficando Mescoloti com a AM e Coquemala com a FM. A 98 FM é uma emissora que transmite programas direcionados ao público jovem. A partir de 15.01.96 a Rádio Comercial AM passou a integrar a Rede Bandeirantes de Rádio transmitindo programas via satélite com som digital.
A Rádio Diário de Presidente Prudente foi fundada em década de 80, pelo professor Agripino de Oliveira Filho, sendo instalada no prédio que fica na esquina da rua José Bongiovani, na parte superior onde funciona atualmente a agência do Banco Real. Seu primeiro gerente foi o radialista José Siquieres, que montou uma grande equipe, começando por seu tio Flávio Araújo, que havia voltado de São Paulo depois de fazer sucesso na Rádio Bandeirantes. Flávio Araújo trouxe sua esposa Ivete Pinheiro, que tinha sido grande sucesso na radiofonia prudentina na década de 1950. Foram seus principais radialistas: Flávio Araújo, José Siquieri, Hélio Cassemiro, Ivete Pinheiro, Airton Roberto, Neif Taiar, Cícero Afonso, Néo de Oliveira, Oliberto Facholli, Luiz Semensati, Renato Semensati, José Ricardo Trujillo, Gesner Dias, Reginaldo Nunes, Ed Thomas, Leda Marcia Litholdo entre outros.

A Rádio Paulista, cuja origem e sede em Regente Feijó, mantêm seu estúdio em Presidente Prudente, a partir do momento em que aumentou a potência de seus transmissores. Por este prefixo passaram grandes radialistas.
A Rádio Paulista é a antiga Piratininga de Regente Feijó, que já pertenceu ao deputado Miguel Leuzi, ao ex-governador Laudo Natel, a César Cava e ao empresário Valdecir Silva, hoje é de propriedade do ex-deputado Hélio Silva. Está localizada a rua Siqueira Campos, onde por muito tempo funcionou a Rádio Comercial AM.



A Rádio 91 FM foi fundada em 1990, a rádio 91 Fm de Presidente Prudente entrou no ar na freqüência 106,7 - a 250 watts de potência. Com programação essencialmente educativa, as músicas transmitidas iam de MPB a new wif. Os primeiros diretores da rádio foram Zé Ricardo Trujilo e Dalton Luiz Gonçalves. A partir de 1997, a direção da emissora - agora com Eudes Figueiredo, inicia um processo de modernização em sua estrutura. Para isso, são adquiridos novos equipamentos que a coloca na posição de primeira emissora de rádio brasileira a comprar transmissores digitais. Neste período, começa a trabalhar em 3.000 watts de potência.
A parte de programação também acompanha a onda de inovação e melhoramentos. Foi quando a 91 FM amplia o estilo de música, não só MPB mas passa a atingir todos os segmentos da sociedade, transmitindo rock, pagode, samba, gospel entre outros estilos musicais. Mesmo com esta inovação, o norte da emissora não deixou de ser educação e a instrução de seus ouvintes. Para isso, são transmitidos informativos de um minuto que vão desde curiosidades, a dicas de saúde e ensino.
Além disso, semanalmente há a colaboração direta dos alunos da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), no programa 'Universidade no Ar'. Este programa de entrevistas é transmitido aos sábados, por alunos do curso de Comunicação Social sob a coordenação do professor de Radiojornalismo, Homéro Ferreira.
Nesta nova fase, a emissora contratou uma gama de excelentes profissionais do rádio que animam a programação durante o dia, como Airton Luiz, Guilherme César, Airton Freitas, Rodrigo Souza e Maruko Nazaré. Entre os eventos promovidos pela rádio 91 FM está a primeira festa da rádio, para comemorar 10 anos de fundação. O evento foi realizado na arena coberta do Rancho Quarto de Milha de Presidente Prudente, reunindo mais de 35 mil pessoas.










Jornais em Presidente Prudente
Os primeiros jornais de Presidente Prudente eram, como não poderia deixar de ser, patrocinados pelos dois líderes e rivais, Goulart e Marcondes. "A Ordem", financiado por Goulart, tinha como diretor Alberto Pereira Goulart, enquanto que o "Paranapanema, dirigido por José Rodrigues do Lago, era dirigido e sustentado por Marcondes. Vieram, em seguida, o "A Voz do Povo", dirigido e financiado por Jacob Blumer, que funcionou até bem pouco tempo. Por lá fizeram história os jornalistas Paulo Peixo, Alcindo Ribeiro, Mário Morais, Camel Farah, Sylvio Roncador, Miguel Molina, Octávio Rosa Romeiro, Ubaldo Garcia e José Alves da Silva, Geraldo Soller, Adelmo Santos Rei Vanalli, Neif Taiar, G. Prado, Shóstenes Gomes, Osvaldo Petrin.
No ano seguinte, surgiu "O Progressista", em 1928 "O Município", e logo depois: "O Republicano", "O Presidente Prudente", "A Cidade", pertencente a Pedro Furquim, que passou a se chamar "Folha da Sorocabana", "O Constitucionalista", "O Jequitibá", e "O Independente".
Em 2 de fevereiro de 1939, em plena ditadura getulista, surgia "O Imparcial," que subsiste até os dias de hoje. Fundado por Heitor Graça e Manuel Honofre de Andrade, foi vendido, em 1943, a Edgard Ângelo Zilocchi. Em 1948, negociava-o com Roberto Santos que, por sua vez, transferiu seu controle acionário em 1º de janeiro de 1995, à Editora "Imprensa" Ltda, de Propriedade de Mario Peretti, Adelmo Santos Reis Vanalli e Deodato da Silva.
Passaram pelo Imparcial, os jornalistas Ophelis Françoso, Erly Cunha, Eloy Fernandes, Sérgio Antonio, Sylvio Roncador, Joaquim Zeferino Nascimento, Manoel de Freitas, Waldery Santos, Rubens Shirassu, Jacintho Ferreira Junior, Benedito de Olyveira, Franscisco Cunha, Ricardo Inocentini, Laerte Silva e Genésio Barizon.
Em 1945 era fundado o "Correio da Sorocabana," por Gabriel Octavio de Souza. Neste trabalharam os jornalistas Joaquim Zeferino Nascimento, Rafael Lamastra, Antonio Ferreira Tarrafa, Orlando Souza, Neif Taiar, José Alves da Silva, Ocirema Barbosa. Em 1962 surgiu o jornal Folha de Prudente, fundado pelo professor José Machado de Almeida, Alfredo Freire Pimentel, Lourival, Paraíso, Alcino Ribeiro, G. Prado, Zequinha e outros. Em 1964, surgiu a Tribuna da Sorocabana, de propriedade de Adelmo Vanalli e Milton Carvalho, jornal teve vida efêmera.
Em 1967 o jornalista Neif Taiar criava o "A Região," que tratava prioritariamente de assuntos ligados a esta região e ao estado de São Paulo.
Em 1982 foi fundado o Diário de Prudente pelo professor Agripino de Oliveira Lima. O jornalista Salvador Fernandes era o seu diretor. Passaram por sua redação Daniel Macedo, Tito Junior, Joaquim Nascimento, entre outros.
Em 1985 surgia a "Folha da Região", fundado por Neif Taiar. Fizeram parte de seu quadro de jornalistas: Francisco Chagas, Laerte Silva, Nuno Vasques, Vanir Daniel, Cristiano Machado, Luiz Semensatti, Gelson Venério, Georgiane Costa, Sérgio Almeida, Sérgio Antônio, Genésio Barizon, Mário Luiz, Fátima Pimente, entre outros.
O jornal "Oeste Notícias," de propriedade do Grupo Paulo Lima - que também comanda a TV Fronteira (afiliada da Rede Globo) e as rádios Diário AM e 91 FM -, circulou pela primeira vez em 2 de fevereiro de 1995, sendo o primeiro jornal a ser impresso em cores nesta cidade. Circula em nível regional, cobrindo os mercados local e regional, formado pelos 57 municípios que compõem a 10ª Região Administrativa do Estado de São Paulo.
Oeste Notícias
A primeira edição do Oeste Notícias circulou em 2 de fevereiro de 1995. Seu projeto inovador vinha em discussão há mais de seis meses. Foi o primeiro impresso em cores na cidade de Presidente Prudente e região.
Oeste Notícias nasceu da iniciativa do empresário e deputado federal, Paulo César de Oliveira Lima. Paulo Lima também é sócio-proprietário da TV Fronteira (afiliada da Rede Globo) e proprietário das rádios Globo AM e 91 FM. Em pouco tempo o jornal conquistou o mercado regional - uma região de quase 1 milhão de habitantes.
Este jornal tem a maior circulação diária da região. No seu sexto aniversário, o Oeste Notícias comemorou sua consolidação no mercado e a filiação à Associação Nacional de Jornais (ANJ). A tiragem média por exemplar é de 30 páginas. O recorde do ano de 2001, foi no dia 14 de setembro, com 56 páginas, na edição em caráter especial pelos 84 anos de Presidente Prudente.
Primeira redação - A primeira redação do jornal Oeste Notícias teve a seguinte formação: Ulisses José de Souza (editor-chefe), Júlio César Garcia (editor-adjunto), além dos jornalistas Adriane Lopes, Adernil de Souza, Bete Gásperi, Frank Rogério, Gláucia Nogueira, Maria Cristina Campos, Tânia Mathias, Paulo Miguel (fotógrafo), e Valéria Barreto. Também José Arthur Gonçalves, Claúdia Coelho, Roberto Prioste, Carlos Manfrin, Neif Taiar, Vera Vaz, Sérgio Prado Martins, Braga Leal, Marco Murta, Javé e Nelson Homem de Mello.
Mais tarde, viriam escrever algumas laudas na história do Oeste Notícias os jornalistas Walter Gonçalves, Ricardo Torquato e Homéro Ferreira - que foram chefes de reportagem do jornal em tempos diferentes.
Em 2003 a redação estava formada por Homéro Ferreira (gerente de jornalismo), Airton Roberto e os fotógrafos Georgiane Costa e Jorge Santos.
Também os repórteres: Cícero Afonso, Letícia Costa, Cristiano Oliveira, Cristiano Machado, Andressa Bazan, Sandro Villar e Maria Paula Lima.
Os colunistas: Marcelo Setoguti, Carla Nogueira, Mirian Ribeiro, Neif Taiar, Airton Roberto e Nalin Wrech, além do editor gráfico André Barbosa.


O Imparcial
Em 2 de fevereiro de 1939, em plena ditadura getulista, surgia "O Imparcial," que subsiste até os dias de hoje. Fundado por Heitor Graça e Manuel Honofre de Andrade, foi vendido, em 1943, a Edgard Ângelo Zilocchi.
Em 1948, negociava-o com Roberto Santos que, por sua vez, transferiu seu controle acionário em 1º de janeiro de 1995, à Editora "Imprensa" Ltda., de propriedade de Mário Peretti, Adelmo Santos Reis Vanalli e Deodato da Silva.
Passaram pelo O Imparcial grandes nomes do jornalismo regional, como: Alcino Ribeiro, Leopoldo Obest, Mário Moraes, Altino Correia, Manoel de Freitas, José Alves da Silva, Félix Françoso, Sérgio Antônio Sanches, Francisco Cunha, Edgard Zilocchi, Heitor Graça entre outros.
O jornal O Imparcial de Presidente Prudente teve sua evolução gráfica iniciada na composição em chumbo e impressão em máquinas planas entre 1939 a 1968. Depois deste período até 1975 o jornal passou a ser composto por em chumbo (linotipos) e impressão em máquina rotoplana. A partir da década de 80 o Imparcial, como a maioria dos jornais daquela época, era feito em linotipos, mas impressos em máquina rotativa. O processo gráfico permaneceu no Imparcial até 1986. Neste período, a produção gráfica do jornal ganhou mais velocidade.
Em 1995 foi implantado o processo de impressão Offset, que resultou numa nova fase para o jornal. Isso devido a vários investimentos por parte da direção de O Imparcial, como a compra do novo prédio, onde foi inaugurada a novas instalações em 25 de novembro de1994 - situado na rua Ernesto Rotta, 83, no Jardim Novo Bongiovani.
Foi adquirido um novo conjunto impressor OffSet de origem norte-americana. A máquina foi comprada junto à Sociedade Boaventura, de Caxias do Sul (RS) em 16 de novembro de 1995. Para acompanhar a tecnologia, foram comprados equipamentos modernos de pré-impressão, computadores, processadora, prensas e reveladora de fotolito.
A fase de impressão em off-set do jornal O Imparcial de Presidente Prudente se divide em P&B e colorido. O primeiro exemplar rodado no novo sistema de impressão preto e branco foi em 6 de abril de 1995 e a primeira edição em cores foi rodada em 30 de abril 1995.
Jornal Realidade
No dia 11 de abril de 1989, Otílio Claudino de Araújo Junior fundou o semanário Realidade, com o perfil de uma publicação independente de grupos políticos, segmentado com seções diversas, entre elas política, polícia, esporte e sobre tudo muito noticiário social.
Trabalharam nesta publicação, profissionais de reconhecida competência tais como: Joaquim Zeferino Nascimento, Daniel Macedo e Sérgio Jorge. A direção do semanário Realidade está a cargo de seu fundador, Otílio Claudino de Araújo Junior, sendo a jornalista responsável Rose Moreno, que acumula as funções do colunismo social que é o forte do jornal.

Revista Poli
Partindo daidéia de um estudante de Comunicação João Paulo Araújo e Souza e de duas jornalistas, Ana Silvia Luizari e Gláucia Perosa Rosolen - foi criada a Revista Poli. Um projeto inovador que na sua primeira edição trouxe como manchete a matéria 'Sucesso no campo', que narrou a trajetória de vida do pecuarista Jovelino Mineiro.
Esta edição reuniu profissionais gabaritados, com fotos de Paulo Miguel e textos de Bete Gásperi. Também contou com a colaboração de outros profissionais igualmente capazes como o jornalista Adernil de Souza, os fotógrafos Paulo Pelegrini e Marcos Sanches, Ieda Vilella Altafini, Ana Cláudia Rapozo Sanches, Luciana Tozzi de Medeiros, Ana Lúcia Vendramini, Andréia Medeiros, Jaqueline Barres Vieira, Josiane Marcondes Pinheiro, Rita de Cássia Coimbra.
O editor-chefe da revista é Ulisses José de Souza.
A estrutura da Agência Oeste Paulista de Notícias foi decisiva para alavancar a criação, que teve o projeto gráfico desenvolvido por Marco Murta e tratamento de imagens e paginação, de Eduardo Macedo. A Poli estreou em janeiro de 2003, com intuito de ser lançada inicialmente em Presidente Prudente e depois se projetar por toda a região.
A revista Poli é bimestral e não é vendida nas bancas. São impressos quatro mil exemplares, que são distribuídos nos condomínios residenciais, clínicas, consultórios médicos, academias, hotéis, shopping, restaurante, aeroporto, aeronaves e etc.
Revista Destaque
A revista Destaque foi fundada em outubro de 1989 pelo jornalista Carlos Alberto Soares.
A revista é bimestral, tem tiragem de dois mil exemplares e é vendida nas bancas.
A revista conta ainda com Maria Cecília Palácio Soares no Conselho Editorial e com os auxiliares Sueli Pereira de Almeida e Thiago Augusto Palácio Luppi.


Michel Buchalla traz TV à Prudente
O início do recebimento do sistema televisivo em Presidente Prudente, deve-se ao empresário Michel Buchalla que merece um capítulo especial. Graças a ele a cidade recebeu os primeiros sinais de televisão. Para que a benfeitoria viesse, ele desenvolveu um trabalho contínuo, com apoio de alguns grupos, porém, todos eles sob a liderança desse imigrante libanês, que aqui também fez história e progresso.
Seu entusiasmo e força de vontade foram irreprimíveis.
A convite do então prefeito Florivaldo Leal, em 1969 Michel Buchalla passou a dirigir o Serviço de Televisão de Presidente Prudente (SERTEPP) e a aspiração foi realizada. As primeiras imagens que chegaram a nossa cidade foram da TV Tupy, de São Paulo, via o lugarejo denominado Torre de Pedra, proximidades de Avaré, onde a Sertepp instalou uma torre.
As imagens eram irregulares, o que levou Michel Buchalla e seus companheiros de Sertepp a realizarem um novo projeto, a partir de Regente Feijó, onde foi instalada uma torre na parte superior da caixa d'agua que abastecia a cidade, nas proximidades do cemitério municipal. Esta torre estava interligada a uma outra intermediária, no meio do trajeto total entre Presidente Prudente e Londrina. Foi assim, possível, captar as imagens da TV Coroados daquela cidade.
Casado com Diva Abbud Buchalla, o casal teve quatro filhos: Cássia Maria, Cecília Maria, Cid e Michel. Nascido em Marjaium, no Líbano dia 5 de março de 1912, veio para o Brasil aos nove anos de idade, acompanhando os pais Chucre e Wadiha Jabur Buchalla. Michel Buchalla morreu dia 7 de julho de 1973, em São Paulo, aos 61 anos de idade.
TV Fronteira - "Onde a gente se vê"
No dia 01 de junho de 1994 nasce a TV Fronteira, afiliada Rede Globo, no Oeste Paulista. Com geração de comerciais e estúdio próprio exibe para 55 municípios a programação Globo e ainda produz telejornais locais. Foi a primeira emissora inteiramente digital do Brasil.
No início foi situada na rua Kametaro Morishita, 95, no Jardim Bongiovani em Presidente Prudente. Em meados de 1997, parte da emissora passou a operar em outro endereço. São transferidos os departamentos: administrativo, financeiro e comercial, para a avenida Washington Luiz, no andar térreo do Edifício Cosmos.
Os dois endereços dificultavam a sinergia entre as áreas e toda essa tecnologia pedia um prédio moderno e inovador. Pensando nisso, foi construída uma nova sede com 1200 metros quadrados, inaugurada em 08 dezembro de 1997 - na avenida 14 de Setembro, 2.396, no Parque do Povo.
Optou-se por dois andares para maior aproveitamento do prédio e distribuição harmoniosa dos departamentos. No térreo estão localizados os departamentos de informática, engenharia, jornalismo, programação e a área técnica. As ilhas, controle-mestre e controle, são separados através de vidros blindex, dando plena visão do parque técnico.
Já no mezanino foram acomodados os departamentos de vendas, opec, marketing, administrativo, financeiro e a direção da emissora. Este novo conceito determinou a instalação de núcleos para cada departamento, que sem paredes ou divisórias estabelecem melhor comodidade, participação e integração entre as áreas.
Também foram montadas ilhas de atendimento com divisórias em vidro jateado e uma sala de reuniões, com recursos audiovisuais, além de uma sala para videoconferências. Um moderno sistema de ar condicionado mantém temperaturas diferentes para atender as especificações de refrigeração de cada área.
A captação de imagens, a edição de matérias jornalísticas e a exibição de comerciais eram feitas no formato U-Matic, cujos equipamentos estavam no final de sua vida útil. Foram então substituídos pelo sistema Beta, que se destaca por sua excelente qualidade de áudio e vídeo. Porém este sistema já existia a algum tempo no mercado e novas técnicas estavam surgindo. Outro sistema adotado foi o DVCam, tecnologia emergente na época e com a melhor relação custo benefício.
A partir dessa data, 08 de dezembro de 1997, a TV Fronteira ganha novos equipamentos e passa a ser a primeira emissora inteiramente digital do Brasil. Tendo como objetivo a formação de um profissional qualificado e atento às mudanças, a empresa investe em treinamentos e cursos aos funcionários.
Em 20 de fevereiro de 1997, foi construída uma sucursal na cidade de Dracena. Com um representante de vendas e uma equipe de jornalismo.
A TV Fronteira, hoje, está presente em 56 municípios do Estado de São Paulo, com mais de 700 mil telespectadores.
A emissora também se preocupa e tem compromisso com a comunidade. Através de vários projetos e ações sociais, são desenvolvidas atividades nas áreas de Lazer, Esporte, Saúde, Educação e Prestação de Serviços, visando a integração social, o resgate artístico, cultural e a melhoria da qualidade de vida.
Recentemente a emissora inaugurou o seu próprio site, onde o internauta pode conferir de qualquer parte do mundo as notícias de Presidente Prudente e região, veiculadas pela TV Fronteira. O endereço eletrônico é http://www.ifronteira.com/.
TV Uno : Canal Futura - o canal do conhecimento
A TV Uno afiliada do Canal Futura em parceria com a Fundação Agripino Lima entrou ao ar em outubro de 2002. Transmitindo cultura e conhecimento por programas educativos do Futura, a TV Uno abrange um raio de 23 municípios circunvizinhos de Presidente Prudente. Funciona no canal 2 UHF.
Bandeirantes
Um grupo de empresários de Presidente Prudente, tendo a frente o ex prefeitos Paulo Constantino e Valter Lemes Soares iniciaram em 1979, um movimento visando a instalação de um canal gerador de televisão para a cidade. Aos dois, juntaram-se Antero Moreira França, Nestor Madeiral e Antônio de Figueiredo Feitosa, que ficou encarregado de proceder os levantamentos técnicos junto ao Dentel, para sondar esta possibilidade. Elaborado o projeto, provocaram o processo de concorrência, no qual saíram-se vencedores.
O grupo tinha várias opções, podendo escolher uma grande emissora para se filiar ou então gerar sua própria imagem. Como na época as imagens da TV Globo chegavam com perfeição a Presidente Prudente, ficou decidida uma aproximação com a TV Bandeirantes do Grupo João Saad, que acabou por adquirir os direitos totais sobre o canal.
O primeiro gerente foi Antônio de Figueiredo Feitosa e logo em seguida Itanir Perenha. A Band de Prudente funciona através do canal 10, e começou a transmitir em caráter experimental as primeiras imagens em 13 de novembro de 1982. Três dias depois, a emissora entrou definitivamente no ar, se destacando como a de maior abrangência populacional do Estado, por se tratar de uma cobertura via satélite.
TV Cabo Presidente Prudente
Por iniciativa do argentino Raul Farjado Mello, Presidente Prudente tem a primazia de ostentar com orgulho o fato de ser a primeira cidade no Brasil, a ter sinais de uma emissora de TV por cabo. Raul trouxe a idéia de seu país, onde o sistema havia sido implantado muitos anos antes.
Fotógrafo premiadíssimo, com trabalhos publicados em capas das principais revistas do Brasil, o diretor da TV Cabo veio para Presidente Prudente para instalar uma empresa ligada à informática. Partiu daí a idéia de instalar a TV Cabo, aproveitando uma brecha na lei que não previa concessão governamental no setor.
Assim que TV Cabo prudentina começou a gerar suas primeiras imagens, despertou a curiosidade e o desejo de outras cidades em ter o mesmo tipo de serviço. Desta forma o próprio Raul expandiu a sua idéia para Londrina (PR), Cascavel (PR), Campinas (SP) e outras cidades paranaenses e catarinenses, quase a mesma época da emissora local.
Hoje, além de todos os canais que repete e que formam sua grade de programação existem outros canais próprios como o Tele 20 e o Canal Especial que apresenta o programa social comandado pela colunista Fátima Pimentel. O Tele 20 apresenta um informativo com a participação de Aparecido José, Luiz Augusto, Marcos Tadeu, Laerte Silva e Neuza Mattos.
Atualidade - Presidente Prudente é a geradora de informações do Oeste Paulista. Transmite e retransmite com qualidade som e imagem a mais de 300 municípios da região. Possui também sistema de telefonia e rede de internet via satélite. Conta com três emissoras de televisão (canal aberto), nove emissoras de rádio, dois jornais diários, um sistema de transmissão a cabo, uma empresa de telefonia celular via satélite e uma de transmissão de dados (Internet) via satélite.
Dados da Comunicação em Presidente Prudente
  • Emissoras de Rádio :09 (06 AM e 03 FM);
  • Jornais Diários: Oeste Notícias e Imparcial;
  • Revistas: Destaque, Poli;
  • Emissoras de Televisão (Geradoras): Bandeirantes, TV Fronteira (afiliada Rede Globo), TV Uno (afiliada do Canal Futura);
  • Emissoras de TV (Retransmissoras): Record (TV Record de São José do Rio Preto), Cultura (Fundação Padre José de Anchieta) e Rede Vida (TV Independente de São José do Rio Preto), SBT (TVI Interior de Araçatuba);
  • Globalstar: Sistema de Telefonia Global, via satélite (SMVS - Sistema Móvel Via Satélite). Uma constelação de 56 satélites de baixa órbita, vai levar a telefonia aos lugares mais isolados do planeta.

ALCOOLISMO -DR DRAUZIO VARELLA

Do ponto de vista médico, o alcoolismo é uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômicos, caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada.
Fatores genéticos
Sem desprezar a importância do ambiente no alcoolismo, há evidências claras de que alguns fatores genéticos aumentam o risco de contrair a doença.
O alcoolismo tende a ocorrer com mais freqüência em certas famílias, entre gêmeos idênticos (univitelinos), e mesmo em filhos biológicos de pais alcoólicos adotados por famílias de pessoas que não bebem.
Estudos mostram que adolescentes abstêmios, filhos de pais alcoólicos, têm mais resistência aos efeitos do álcool do que jovens da mesma idade, cujos pais não abusam da droga.
Muitos desses filhos de alcoólicos se recusam a beber para não seguir o exemplo de casa. Quando acompanhados por vários anos, porém, esses adolescentes apresentam maior probabilidade de abandonar a abstinência e tornarem-se dependentes.
Filhos biológicos de pais alcoólicos criados por famílias adotivas têm mais dificuldade de abandonar a bebida do que alcoólicos que não têm história familiar de abuso da droga.
Intoxicação Aguda
O álcool cruza, com liberdade, a barreira protetora que separa o sangue do tecido cerebral. Poucos minutos depois de um drinque, sua concentração no cérebro já está praticamente igual à da circulação.
Em pessoas que não costumam beber, níveis sangüíneos de 50mg/dl a 150 mg/dl são suficientes para provocar sintomas. Esses, por sua vez, dependem diretamente da velocidade com a qual a droga é consumida, e são mais comuns quando a concentração de álcool está aumentando no sangue do que quando está caindo.
Os sintomas da intoxicação aguda são variados: euforia, perda das inibições sociais, comportamento expansivo (muitas vezes inadequado ao ambiente) e emotividade exagerada. Há quem desenvolva comportamento beligerante ou explosivamente agressivo.
Algumas pessoas não apresentam euforia, ao contrário, tornam-se sonolentas e entorpecidas, mesmo que tenham bebido moderadamente. Segundo as estatísticas, essas quase nunca desenvolvem alcoolismo crônico.
Com o aumento da concentração da droga na corrente sangüínea, a função do cerebelo começa a mostrar sinais de deterioração, provocando desequilíbrio, alteração da capacidade cognitiva, dificuldade crescente para a articulação da palavra, falta de coordenação motora, movimentos vagarosos ou irregulares dos olhos, visão dupla, rubor facial e taquicardia. O pensamento fica desconexo e a percepção da realidade se desorganiza.
Quando a ingestão de álcool não é interrompida surgem: letargia, diminuição da freqüência das batidas do coração, queda da pressão arterial, depressão respiratória e vômitos, que podem ser eventualmente aspirados e chegar aos pulmões provocando pneumonia entre outros efeitos colaterais perigosos.
Em não-alcoólicos, quando a concentração de álcool no sangue chega à faixa de 300mg/dl a 400 mg/dL ocorre estupor e coma. Acima de 500 mg/dL, depressão respiratória, hipotensão e morte.
Metabolismo do álcool
O metabolismo no fígado remove de 90% a 98% da droga circulante. O resto é eliminado pelos rins, pulmões e pele.
Um adulto de 70kg consegue metabolizar de 5 a 10 gramas de álcool por hora. Como um drinque contém, em média, de 12 a 15 gramas, a droga acumula-se progressivamente no organismo, mesmo em quem bebe apenas um drinque por hora.
O álcool que cai na circulação sofre um processo químico chamado oxidação que o decompõe em gás carbônico (CO2) e água. Como nesse processo ocorre liberação de energia, os médicos recomendam evitar bebidas alcoólicas aos que desejam emagrecer, uma vez que cada grama de álcool ingerido produz 7,1 kcal, valor expressivo diante das 8kcal por grama de gordura e das 4kcal por grama de açúcar ou proteína.
Usuários crônicos de álcool costumam nele obter 50% das calorias necessárias para o metabolismo. Por isso, freqüentemente desenvolvem deficiências nutricionais de proteína e vitaminas do complexo B.

HOJE POSTAREI SOBRE O ALCOOLISMO .

O que é?
O alcoolismo é o conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do álcool; é entendido como o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas, e todas as conseqüências decorrentes. O alcoolismo é, portanto, um conjunto de diagnósticos. Dentro do alcoolismo existe a dependência, a abstinência, o abuso (uso excessivo, porém não continuado), intoxicação por álcool (embriaguez). Síndromes amnéstica (perdas restritas de memória), demencial, alucinatória, delirante, de humor. Distúrbios de ansiedade, sexuais, do sono e distúrbios inespecíficos. Por fim o delirium tremens, que pode ser fatal.
Assim o alcoolismo é um termo genérico que indica algum problema, mas medicamente para maior precisão, é necessário apontar qual ou quais distúrbios estão presentes, pois geralmente há mais de um.


O fenômeno da Dependência (Addiction)
O comportamento de repetição obedece a dois mecanismos básicos não patológicos: o reforço positivo e o reforço negativo. O reforço positivo refere-se ao comportamento de busca do prazer: quando algo é agradável a pessoa busca os mesmos estímulos para obter a mesma satisfação. O reforço negativo refere-se ao comportamento de evitação de dor ou desprazer. Quando algo é desagradável a pessoa procura os mesmos meios para evitar a dor ou desprazer, causados numa dada circunstância. A fixação de uma pessoa no comportamento de busca do álcool, obedece a esses dois mecanismos acima apresentados. No começo a busca é pelo prazer que a bebida proporciona. Depois de um período, quando a pessoa não alcança mais o prazer anteriormente obtido, não consegue mais parar porque sempre que isso é tentado surgem os sintomas desagradáveis da abstinência, e para evitá-los a pessoa mantém o uso do álcool. Os reforços positivo e negativo são mecanismos ou recursos normais que permitem às pessoas se adaptarem ao seu ambiente.
As medicações hoje em uso atuam sobre essas fases: a naltrexona inibe o prazer dado pelo álcool, inibindo o reforço positivo; o acamprosato diminui o mal estar causado pela abstinência, inibindo o reforço negativo. Provavelmente, dentro de pouco tempo, teremos estudos avaliando o benefício trazido pela combinação dessas duas medicações para os dependentes de álcool que não obtiveram resultados satisfatórios com cada uma isoladamente.


Tolerância e Dependência
A tolerância e a dependência ao álcool são dois eventos distintos e indissociáveis. A tolerância é a necessidade de doses maiores de álcool para a manutenção do efeito de embriaguez obtido nas primeiras doses. Se no começo uma dose de uísque era suficiente para uma leve sensação de tranqüilidade, depois de duas semanas (por exemplo) são necessárias duas doses para o mesmo efeito. Nessa situação se diz que o indivíduo está desenvolvendo tolerância ao álcool. Normalmente, à medida que se eleva a dose da bebida alcoólica para se contornar a tolerância, ela volta em doses cada vez mais altas. Aos poucos, cinco doses de uísque podem se tornar inócuas para o indivíduo que antes se embriagava com uma dose. Na prática não se observa uma total tolerância, mas de forma parcial. Um indivíduo que antes se embriagava com uma dose de uísque e passa a ter uma leve embriaguez com três doses está tolerante apesar de ter algum grau de embriaguez. O alcoólatra não pode dizer que não está tolerante ao álcool por apresentar sistematicamente um certo grau de embriaguez. O critério não é a ausência ou presença de embriaguez, mas a perda relativa do efeito da bebida. A tolerância ocorre antes da dependência. Os primeiros indícios de tolerância não significam, necessariamente, dependência, mas é o sinal claro de que a dependência não está longe. A dependência é simultânea à tolerância. A dependência será tanto mais intensa quanto mais intenso for o grau de tolerância ao álcool. Dizemos que a pessoa tornou-se dependente do álcool quando ela não tem mais forças por si própria de interromper ou diminuir o uso do álcool.
O alcoólatra de "primeira viagem" sempre tem a impressão de que pode parar quando quiser e afirma: "quando eu quiser, eu paro". Essa frase geralmente encobre o alcoolismo incipiente e resistente; resistente porque o paciente nega qualquer problema relacionado ao álcool, mesmo que os outros não acreditem, ele próprio acredita na ilusão que criou. A negação do próprio alcoolismo, quando ele não é evidente ou está começando, é uma forma de defesa da auto-imagem (aquilo que a pessoa pensa de si mesma). O alcoolismo, como qualquer diagnóstico psiquiátrico, é estigmatizante. Fazer com que uma pessoa reconheça o próprio estado de dependência alcoólica, é exigir dela uma forte quebra da auto-imagem e conseqüentemente da auto-estima. Com a auto-estima enfraquecida a pessoa já não tem a mesma disposição para viver e, portanto, lutar contra a própria doença. É uma situação paradoxal para a qual não se obteve uma solução satisfatória. Dependerá da arte de conduzir cada caso particularmente, dependerá da habilidade de cada psiquiatra.


Aspectos Gerais do Alcoolismo
A identificação precoce do alcoolismo geralmente é prejudicada pela negação dos pacientes quanto a sua condição de alcoólatras. Além disso, nos estágios iniciais é mais difícil fazer o diagnóstico, pois os limites entre o uso "social" e a dependência nem sempre são claros. Quando o diagnóstico é evidente e o paciente concorda em se tratar é porque já se passou muito tempo, e diversos prejuízos foram sofridos. É mais difícil de se reverter o processo. Como a maioria dos diagnósticos mentais, o alcoolismo possui um forte estigma social, e os usuários tendem a evitar esse estigma. Esta defesa natural para a preservação da auto-estima acaba trazendo atrasos na intervenção terapêutica. Para se iniciar um tratamento para o alcoolismo é necessário que o paciente preserve em níveis elevados sua auto-estima sem, contudo, negar sua condição de alcoólatra, fato muito difícil de se conseguir na prática. O profissional deve estar atento a qualquer modificação do comportamento dos pacientes no seguinte sentido: falta de diálogo com o cônjuge, freqüentes explosões temperamentais com manifestação de raiva, atitudes hostis, perda do interesse na relação conjugal. O Álcool pode ser procurado tanto para ficar sexualmente desinibido como para evitar a vida sexual. No trabalho os colegas podem notar um comportamento mais irritável do que o habitual, atrasos e mesmo faltas. Acidentes de carro passam a acontecer. Quando essas situações acontecem é sinal de que o indivíduo já perdeu o controle da bebida: pode estar travando uma luta solitária para diminuir o consumo do álcool, mas geralmente as iniciativas pessoais resultam em fracassos. As manifestações corporais costumam começar por vômitos pela manhã, dores abdominais, diarréia, gastrites, aumento do tamanho do fígado. Pequenos acidentes que provocam contusões, e outros tipos de ferimentos se tornam mais freqüentes, bem como esquecimentos mais intensos do que os lapsos que ocorrem naturalmente com qualquer um, envolvendo obrigações e deveres sociais e trabalhistas. A susceptibilidade a infecções aumenta e dependendo da predisposição de cada um, podem surgir crises convulsivas. Nos casos de dúvidas quanto ao diagnóstico, deve-se sempre avaliar incidências familiares de alcoolismo porque se sabe que a carga genética predispõe ao alcoolismo. É muito mais comum do que se imagina a coexistência de alcoolismo com outros problemas psiquiátricos prévios ou mesmo precipitante. Os transtornos de ansiedade, depressão e insônia podem levar ao alcoolismo. Tratando-se a base do problema muitas vezes se resolve o alcoolismo. Já os transtornos de personalidade tornam o tratamento mais difícil e prejudicam a obtenção de sucesso.


Tratamento do Alcoolismo
O alcoolismo, essencialmente, é o desejo incontrolável de consumir bebidas alcoólicas numa quantidade prejudicial ao bebedor. O núcleo da doença é o desejo pelo álcool; há tempos isto é aceito, mas nunca se obteve uma substância psicoativa que inibisse tal desejo. Como prova de que inúmeros fracassos não desanimaram os pesquisadores, temos hoje já comprovadas, ou em fase avançada de testes, três substâncias eficazes na supressão do desejo pelo álcool, três remédios que atingem a essência do problema, que cortam o mal pela raiz. Estamos falando naltrexona, do acamprosato e da ondansetrona. O tratamento do alcoolismo não deve ser confundido com o tratamento da abstinência alcoólica. Como o organismo incorpora literalmente o álcool ao seu metabolismo, a interrupção da ingestão de álcool faz com que o corpo se ressinta: a isto chamamos abstinência que, dependendo, do tempo e da quantidade de álcool consumidos pode causar sérios problemas e até a morte nos casos não tratados. As medicações acima citadas não têm finalidade de atuar nessa fase. A abstinência já tem suas alternativas de tratamento bem estabelecidas e relativamente satisfatórias. O Dissulfiram é uma substância que força o paciente a não beber sob a pena de intenso mal estar: se isso for feito, não suprime o desejo e deixa o paciente num conflito psicológico amargo. Muitos alcoólatras morreram por não conseguirem conter o desejo pelo álcool enquanto estavam sob efeito do Dissulfiram. Mesmo sabendo o que poderia acontecer, não conseguiram evitar a combinação do álcool com o Dissulfiram, não conseguiram sequer esperar a eliminação do Dissulfiram. Fatos como esses servem para que os clínicos e os não-alcoólatras saibam o quanto é forte a inclinação para o álcool sofrida pelos alcoólatras, mais forte que a própria ameaça de morte. Serve também para medir o grau de benefício trazido pelas medicações que suprimem o desejo pelo álcool, atualmente disponíveis. Podemos fazer uma analogia para entender essa evolução. Com o Dissulfiram o paciente tem que fazer um esforço semelhante ao motorista que tenta segurar um veículo ladeira abaixo, pondo-se à frente deste, tentando impedir que o automóvel deslanche, atropelando o próprio motorista. Com as novas medicações o motorista está dentro do carro apertando o pedal do freio até que o carro chegue no fim da ladeira. Em ambos os casos, é possível chegar ao fim da ladeira (controle do alcoolismo). Numa o esforço é enorme causando grande percentagem de fracassos; noutro o esforço é pequeno, permitindo grande adesão ao tratamento. Vejamos agora algumas informações sobre as novas medicações.

Naltrexona
A naltrexona é uma substância conhecida há vários anos; seu uso restringia-se ao bloqueio da atividade dos opióides. É uma espécie de antídoto para a intoxicação de heroína, morfina e similares. Recentemente verificou-se que a naltrexona possui um efeito bloqueador do prazer proporcionado pelo álcool, cortando o ciclo de reforço positivo que leva e mantém o alcoolismo. A naltrexona foi a primeira substância a atingir a essência do alcoolismo: o desejo pelo consumo de álcool. Como era uma medicação conhecida quanto aos efeitos benéficos e colaterais, sua utilização para o alcoolismo foi relativamente rápida pois já se encontrava no mercado há muitos anos: bastou que se acrescentasse na bula uma nova indicação, o tratamento do alcoolismo. Os principais efeitos colaterais da naltrexona, o enjôo e o vômito não são intensos o suficiente para impedir o seu uso. Os principais efeitos da naltrexona são inibir o desejo pelo álcool e mesmo que se beba, o prazer da sensação de estar "alto" é abolido. Assim, a bebida para o alcoólatra em uso de naltrexona se torna sem graça. Como não há uma interação danosa entre Álcool e naltrexona, a naltrexona exerce uma real atividade terapêutica. Os estudos mostram que a recaída do alcoolismo é menor entre as pessoas que fazem uso de naltrexona em relação ao placebo; o baixo índice de efeitos colaterais da naltrexona permite que os pacientes adiram ao tratamento prolongado. Agora ficou mais fácil diferenciar o alcoólatra impotente perante seu vício daquele que simplesmente não quer abandonar o prazer da embriaguez. O paciente que se nega a tratar-se por perceber que a naltrexona abole o prazer é o alcoólatra por opção; aquele que adere ao tratamento era a vítima do vício. Por fim, não podemos esquecer que nem todos os pacientes se beneficiam da naltrexona, ou seja, há uma parcela da população que mesmo em uso da naltrexona mantém o prazer da bebida e nesses o tratamento é ineficaz. A naltrexona foi o primeiro e grande passo para o tratamento do alcoolismo, mas não resolveu todo o problema sozinho.

Acamprosato
Essa substância ao contrário da naltrexona é nova e foi criada especificamente para o tratamento do alcoolismo. Está sendo introduzida no mercado brasileiro pela Merck, mas já é usada na Europa há alguns anos. O mecanismo do acamprosato é distinto da naltrexona embora também diminua o desejo pelo álcool. O acamprosato atua mais na abstinência, reduzindo o reforço negativo deixado pela supressão do álcool naqueles que se tornaram dependentes. Podemos dizer que há basicamente dois mecanismos de manutenção da dependência química ao álcool: inicialmente há o reforço pelo estímulo positivo, pela busca de gratificação e prazer dadas pelo álcool. À medida que o indivíduo se torna tolerante às primeiras doses passa a ser necessária sua elevação para voltar a ter o mesmo prazer das primeiras doses. Nessa fase o indivíduo já é dependente e está em aprofundamento e agravamento da dependência. A bebida não dá mais prazer algum e por outro lado trouxe uma série de problemas pessoais e sociais; o alcoólatra está preso ao vício porque ao tentar interromper o consumo de álcool surgem os efeitos da abstinência. Nessa fase o alcoolista bebe não mais por prazer, mas para não sofrer os efeitos da abstinência alcoólica. É nesta fase que o acamprosato atua. Além de inibir os efeitos agudos da abstinência como os benzodiazepínicos fazem, o acamprosato inibe o desejo pelo álcool nessa fase, diminuindo as taxas de recaída para os pacientes que interromperam o consumo de álcool. A principal atividade do acamprosato é sobre os neurotransmissores gabaérgicos, taurinérgicos e glutamatérgicos, envolvidos no mecanismo da abstinência alcoólica. O acamprosato tem poucos efeitos colaterais: os principais indicados foram consufão mental leve, dificuldade de concentração, alterações das sensações nos membros inferiores, dores musculares, vertigens.

Ondansetrona
Esta medicação vem sendo usada e aprovada como inibidor de vômitos, principalmente nos pacientes que fazem uso de medicações que provocam fortes enjôos como alguns quimioterápicos. Está em estudo a utilização na bulimia nervosa para conter os vômitos induzidos por esses pacientes. Mais recentemente vem sendo estudado seu efeito no tratamento do álcool. Esses estudos ainda estão em fase preliminar; uma possível aprovação para o alcoolismo deverá levar talvez alguns anos. Essa medicação tem um efeito específico como antagonista do receptor serotoninégico 5-HT3. Por enquanto há poucos estudos da eficácia da Ondansetrona no alcoolismo, o que se obteve, por enquanto, é uma maior eficácia no tratamento do alcoolismo nas fases iniciais. Alcoolistas de longa data e doses altas não apresentaram resultado muito superior ao placebo. Se aprovada hoje, sua utilização recairia sobre os pacientes alcoólatras há pouco tempo. A forma de ação é parecida a da naltrexona, inibindo o reforço positivo, o prazer que o álcool dá nas fases iniciais do alcoolismo. Os pacientes que tomam Ondansetrona tendem a beber menos que o habitual. Os autores de um recente trabalho com a Ondansetrona (JAMA. 2000;284:963-971) consideraram-se frustrados com o resultado clínico obtido.



Problemas Clínicos
Diversos são os problemas causados pela bebida alcoólica pesada e prolongada. Fugiria ao nosso objetivo entrar em detalhes a esse respeito, por isso abordaremos o tema superficialmente.
Sistema Nervoso - Amnésias nos períodos de embriaguez acontecem em 30 a 40% das pessoas no fim da adolescência e início da terceira década de vida: provavelmente o álcool inibe algum dos sistemas de memória impedindo que a pessoa se recorde de fatos ocorridos durante o período de embriaguez. Induz a sonolência, mas o sono sob efeito do álcool não é natural, tendo sua estrutura registrada no eletroencefalograma alterado. Entre 5 e 15% dos alcoólatras apresentam neuropatia periférica. Este problema consiste num permanente estado de hipersensibilidade, dormência, formigamento nas mãos, pés ou ambos. Nas síndromes alcoólicas pode-se encontrar quase todas as patologias psiquiátricas: estados de euforia patológica, depressões, estados de ansiedade na abstinência, delírios e alucinações, perda de memória e comportamento desajustado.
Sistema Gastrintestinal - Grande quantidade de álcool ingerida de uma vez pode levar a inflamação no esôfago e estômago o que pode levar a sangramentos além de enjôo, vômitos e perda de peso. Esses problemas costumam ser reversíveis, mas as varizes decorrentes de cirrose hepática além de irreversíveis, são potencialmente fatais devido ao sangramento de grande volume que pode acarretar. Pancreatites agudas e crônicas são comuns nos alcoólatras constituindo-se uma emergência à parte. A cirrose hepática é um dos problemas mais falados dos alcoólatras; é um problema irreversível e incompatível com a vida, levando o alcoólatra lentamente à morte.
Câncer - Os alcoólatras estão 10 vezes mais sujeitos a qualquer forma de câncer que a população em geral.
Sistema Cardiovascular - Doses elevadas por muito tempo provocam lesões no coração provocando arritmias e outros problemas como trombos e derrames conseqüentes. É relativamente comum a ocorrência de um acidente vascular cerebral após a ingestão de grande quantidade de bebida.
Hormônios Sexuais - O metabolismo do álcool afeta o balanço dos hormônios reprodutivos no homem e na mulher. No homem o álcool contribui para lesões testiculares o que prejudica a produção de testosterona e a síntese de esperma. Já com cinco dias de uso contínuo de 220 gramas de álcool os efeitos acima mencionados começam a se manifestar e continua a se aprofundar com a permanência do álcool. Essa deficiência contribui para a feminilização dos homens, com o surgimento, por exemplo, de ginecomastia (presença de mamas no homem).
Hormônios Tireoideanos - Não há evidências de que o alcoolismo afete diretamente os níveis dos hormônios tireoideanos. Há pacientes alcoólatras que apresentam alterações tanto para mais como para menos nos níveis desses hormônios; presume-se que quando isso ocorre seja de forma indireta por afetar outros sistemas do corpo.
Hormônio do crescimento - Alterações são observadas em indivíduos que abusam de álcool, mas essas alterações não provocam problemas detectáveis como inibição do crescimento ou baixa estatura, pelo menos até o momento.
Hormônio Antidiurético - Esse hormônio inibe a perda de água pelos rins, o álcool inibe esse hormônio: como resultado a pessoa perde mais água que o habitual, urina mais, o que pode levar a desidratação.
Ociticina - Esse hormônio é responsável pelas contrações do útero no parto. O álcool tanto pode inibir um parto prematuro como atrapalhar um parto a termo, podendo tanto ser terapêutico como danoso.
Insulina - O álcool não afeta diretamente os níveis de insulina: quando isso acontece é por causa de uma possível pancreatite que é outro processo distinto. A diminuição do açúcar no sangue não se deve a ação do álcool sobre a insulina ou sobre o glucagon (outro hormônio envolvido no metabolismo do açúcar).
Gastrina - Este hormônio estimula a secreção de ácido no estômago preparando-o para a digestão. O principal estímulo para a secreção de gastrina é a presença de alimentos no estômago, principalmente as proteínas. É controverso o efeito do álcool sobre a gastrina, alguns pesquisadores dizem que o álcool não provoca sua liberação, outros dizem que provoca, o que levaria ao aumento da acidez estomacal. Podem provocar úlceras no aparelho digestivo.



Recaída
A taxa de recaída (voltar a beber depois de ter se tornado dependente e parado com o uso de álcool) é muito alta: aproximadamente 90% dos alcoólatras voltam a beber nos 4 anos seguintes a interrupção, quando nenhum tratamento é feito. A semelhança com outras formas de dependência como a nicotina, tranqüilizantes, estimulantes, etc, levam a crer que um há um mecanismo psicológico (cognitivo) em comum. O dependente que consiga manter-se longe do primeiro gole terá mais chances de contornar a recaída. O aspecto central da recaída é o chamado "craving", palavra sem tradução para o português que significa uma intensa vontade de voltar a consumir uma droga pelo prazer que ela causa. O craving é a dependência psicológica propriamente dita.



As mulheres são mais vulneráveis ao álcool que os homens?
Aparentemente as mulheres são mais vulneráveis sim. Elas atingem concentrações sanguíneas de álcool mais altas com as mesmas doses quando comparadas aos homens. Parece também que sob a mesma carga de álcool os órgãos das mulheres são mais prejudicados do que o dos homens. A idade onde se encontra a maior incidência de alcoolismo feminino está entre 26e 34 anos, principalmente entre mulheres separadas. Se a separação foi causa ou efeito do alcoolismo isto ainda não está claro. As conseqüências do alcoolismo sobre os órgãos são diferentes nas mulheres: elas estão mais sujeitas a cirrose hepática do que o homem. Alguns estudos mostram que o consumo moderado de álcool diário aumenta as chances de câncer de mama. Um drink por dia não afeta a incidência desse câncer.


Filhos de Alcoólatras
Milhões de crianças e adolescentes convivem com algum parente alcoólatra no Brasil. As estatísticas mostram que eles estarão mais sujeitos a problemas emocionais e psiquiátricos do que a população desta faixa etária não exposta ao problema, o que de forma alguma significa que todos eles serão afetados. Na verdade 59% não desenvolvem nenhum problema. O primeiro problema que podemos citar é a baixa auto-estima e auto-imagem com conseqüentes repercussões negativas sobre o rendimento escolar e demais áreas do funcionamento mental, inclusive em testes de QI. Esses adolescentes e crianças tendem quando examinados a subestimarem suas próprias capacidades e qualidades. Outros problemas comuns em filhos e parentes de alcoólatras são persistência em mentiras, roubo, conflitos e brigas com colegas, vadiagem e problemas com o colégio.


O alcoolismo é genético?
Esta pergunta bastante antiga vem sendo mais bem estudada nas últimas décadas através de estudos com gêmeos, e será mais aprofundada com o projeto genoma. A influência familiar do alcoolismo é um fato já conhecido e aceito. O que se pergunta é se o alcoolismo ocorre por influência do convívio ou por influência genética. Para responder a essa pergunta a melhor maneira é a verificação prática da influência, o que pode ser feito estudando os filhos dos alcoólatras. Estudos como esses podem investigar os gêmeos monozigóticos (idênticos) e os dizigóticos. Constatou-se que quando um dos gêmeos idênticos se torna alcoólatra o irmão se torna mais freqüentemente alcoólatra do que os irmãos gêmeos não idênticos. Essa constatação mostra a influência genética real, mas não explica porque, mesmo tendo os "gens do alcoolismo," uma pessoa não se torna alcoólatra. Os estudos familiares mostraram que a participação genética é inegável, mas apenas parcial, os demais fatores que levam ao desenvolvimento do alcoolismo não estão suficientemente claros.


Problemas Psiquiátricos Causados pelo Alcoolismo
Abuso de Álcool
A pessoa que abusa de álcool não é necessariamente alcoólatra, ou seja, dependente e faz uso continuado. O critério de abuso existe para caracterizar as pessoas que eventualmente, mas recorrentemente têm problemas por causa dos exagerados consumos de álcool em curtos períodos de tempo. Critérios: para se fazer esse diagnóstico é preciso que o paciente esteja tendo problemas com álcool durante pelo menos 12 meses e ter pelo menos uma das seguintes situações: a) prejuízos significativos no trabalho, escola ou família como faltas ou negligências nos cuidados com os filhos. b) exposição a situações potencialmente perigosas como dirigir ou manipular máquinas perigosas embriagado. c) problemas legais como desacato a autoridades ou superiores. d) persistência no uso de álcool apesar do apelo das pessoas próximas em que se interrompa o uso.
Dependência ao Álcool
Para se fazer o diagnóstico de dependência alcoólica é necessário que o usuário venha tendo problemas decorrentes do uso de álcool durante 12 meses seguidos e preencher pelo menos 3 dos seguintes critérios: a) apresentar tolerância ao álcool -- marcante aumento da quantidade ingerida para produção do mesmo efeito obtido no início ou marcante diminuição dos sintomas de embriaguez ou outros resultantes do consumo de álcool apesar da continua ingestão de álcool. b) sinais de abstinência -- após a interrupção do consumo de álcool a pessoa passa a apresentar os seguintes sinais: sudorese excessiva, aceleração do pulso (acima de 100), tremores nas mãos, insônia, náuseas e vômitos, agitação psicomotora, ansiedade, convulsões, alucinações táteis. A reversão desses sinais com a reintrodução do álcool comprova a abstinência. Apesar do álcool "tratar" a abstinência o tratamento de fato é feito com diazepam ou clordiazepóxido dentre outras medicações. c) o dependente de álcool geralmente bebe mais do que planejava beber d) persistente desejo de voltar a beber ou incapacidade de interromper o uso. e) emprego de muito tempo para obtenção de bebida ou recuperando-se do efeito. f) persistência na bebida apesar dos problemas e prejuízos gerados como perda do emprego e das relações familiares.
Abstinência alcoólica
A síndrome de abstinência constitui-se no conjunto de sinais e sintomas observado nas pessoas que interrompem o uso de álcool após longo e intenso uso. As formas mais leves de abstinência se apresentam com tremores, aumento da sudorese, aceleração do pulso, insônia, náuseas e vômitos, ansiedade depois de 6 a 48 horas desde a última bebida. A síndrome de abstinência leve não precisa necessariamente surgir com todos esses sintomas, na maioria das vezes, inclusive, limita-se aos tremores, insônia e irritabilidade. A síndrome de abstinência torna-se mais perigosa com o surgimento do delirium tremens. Nesse estado o paciente apresenta confusão mental, alucinações, convulsões. Geralmente começa dentro de 48 a 96 horas a partir da ultima dose de bebida. Dada a potencial gravidade dos casos é recomendável tratar preventivamente todos os pacientes dependentes de álcool para se evitar que tais síndromes surjam. Para se fazer o diagnóstico de abstinência, é necessário que o paciente tenha pelo menos diminuído o volume de ingestão alcoólica, ou seja, mesmo não interrompendo completamente é possível surgir a abstinência. Alguns pesquisadores afirmam que as abstinências tornam-se mais graves na medida em que se repetem, ou seja, um dependente que esteja passando pela quinta ou sexta abstinência estará sofrendo os sintomas mencionados com mais intensidade, até que surja um quadro convulsivo ou de delirium tremens. As primeiras abstinências são menos intensas e perigosas.
Delirium Tremens
O Delirium Tremens é uma forma mais intensa e complicada da abstinência. Delirium é um diagnóstico inespecífico em psiquiatria que designa estado de confusão mental: a pessoa não sabe onde está, em que dia está, não consegue prestar atenção em nada, tem um comportamento desorganizado, sua fala é desorganizada ou ininteligível, a noite pode ficar mais agitado do que de dia. A abstinência e várias outras condições médicas não relacionadas ao alcoolismo podem causar esse problema. Como dentro do estado de delirium da abstinência alcoólica são comuns os tremores intensos ou mesmo convulsão, o nome ficou como Delirium Tremens. Um traço comum no delírio tremens, mas nem sempre presente são as alucinações táteis e visuais em que o paciente "vê" insetos ou animais asquerosos próximos ou pelo seu corpo. Esse tipo de alucinação pode levar o paciente a um estado de agitação violenta para tentar livrar-se dos animais que o atacam. Pode ocorrer também uma forma de alucinação induzida, por exemplo, o entrevistador pergunta ao paciente se está vendo as formigas andando em cima da mesa sem que nada exista e o paciente passa a ver os insetos sugeridos. O Delirim Tremens é uma condição potencialmente fatal, principalmente nos dias quentes e nos pacientes debilitados. A fatalidade quando ocorre é devida ao desequilíbrio hidro-eletrolítico do corpo.
Intoxicação pelo álcool
O estado de intoxicação é simplesmente a conhecida embriaguez, que normalmente é obtida voluntariamente. No estado de intoxicação a pessoa tem alteração da fala (fala arrastada), descoordenação motora, instabilidade no andar, nistagmo (ficar com olhos oscilando no plano horizontal como se estivesse lendo muito rápido), prejuízos na memória e na atenção, estupor ou coma nos casos mais extremos. Normalmente junto a essas alterações neurológicas apresenta-se um comportamento inadequado ou impróprio da pessoa que está intoxicada. Uma pessoa muito embriagada geralmente encontra-se nessa situação porque quis, uma leve intoxicação em alguém que não está habituado é aceitável por inexperiência mas não no caso de alguém que conhece seus limites.
Wernicke-Korsakoff (síndrome amnéstica)
Os alcoólatras "pesados" em parte (10%) desenvolvem algum problema grave de memória. Há dois desses tipos: a primeira é a chamada Síndrome Wernicke-Korsakoff (SWK) e a outra a demência alcoólica. A SWK é caracterizada por descoordenação motora, movimentos oculares rítmicos como se estivesse lendo (nistagmo) e paralisia de certos músculos oculares, provocando algo parecido ao estrabismo para quem antes não tinha nada. Além desses sinais neurológicos o paciente pode estar em confusão mental, ou se com a consciência clara, pode apresentar prejuízos evidentes na memória recente (não consegue gravar o que o examinador falou 5 minutos antes) e muitas vezes para preencher as lacunas da memória o paciente inventa histórias, a isto chamamos fabulações. Este quadro deve ser considerado uma emergência, pois requer imediata reposição da vitamina B1(tiamina) para evitar um agravamento do quadro. Os sintomas neurológicos acima citados são rapidamente revertidos com a reposição da tiamina, mas o déficit da memória pode se tornar permanente. Quando isso acontece o paciente apesar de ter a mente clara e várias outras funções mentais preservadas, torna-se uma pessoa incapaz de manter suas funções sociais e pessoais. Muitos autores referem-se a SWK como uma forma de demência, o que não está errado, mas a demência é um quadro mais abrangente, por isso preferimos o modelo americano que diferencia a SWK da demência alcoólica.
Síndrome Demencial Alcoólica
Esta é semelhante a demência propriamente dita como a de Alzheimer. No uso pesado e prolongado do álcool, mesmo sem a síndrome de Wernick-Korsakoff, o álcool pode provocar lesões difusas no cérebro prejudicando além da memória a capacidade de julgamento, de abstração de conceitos; a personalidade pode se alterar, o comportamento como um todo fica prejudicado. A pessoa torna-se incapaz de sustentar-se.


Síndrome de abstinência fetal
A Síndrome de Abstinência Fetal descrita pela primeira vez em 1973 era considerada inicialmente uma conseqüência da desnutrição da mãe, posteriormente viu-se que os bebês das mães alcoólatras apresentavam problemas distintos dos bebês das mães desnutridas, além de outros problemas que esses não tinham. Constatou-se assim que os recém-natos das mães alcoólatras apresentam um problema específico, sendo então denominada Síndrome de Abstinência Fetal (SAF). As características da SAF são: baixo peso ao nascer, atraso no crescimento e no desenvolvimento, anormalidades neurológicas, prejuízos intelectuais, más formações do esqueleto e sistema nervoso, comportamento perturbado, modificações na pálpebra deixando os olhos mais abertos que o comum, lábio superior fino e alongado. O retardo mental e a hiperatividade são os problemas mais significativos da SAF. Mesmo não havendo retardo é comum ainda o prejuízo no aprendizado, na atenção e na memória; e também descoordenação motora, impulsividade, problemas para falar e ouvir. O déficit de aprendizado pode persistir até a idade adulta.


O estresse pode provocar alcoolismo?
O estresse não determina o alcoolismo, mas estudos mostraram que pessoas submetidas a situações estressantes para as quais não encontra alternativa, tornam-se mais freqüentemente alcoólatras. O álcool possui efeito relaxante e tranqüilizante semelhante ao dos ansiolíticos. O problema é que o álcool tem muito mais efeitos colaterais que os ansiolíticos. Numa situação dessas o uso de ansiolíticos poderia prevenir o surgimento de alcoolismo. Na verdade o que se encontra é a vontade de abolir as preocupações com a embriaguez e isso os ansiolíticos não proporcionam, ou o fazem em doses que levariam ao sono. O homem quando submetido a estresse tende a procurar não a tranqüilidade, mas o prazer. Daí que a vida sexualmente promíscua muitas vezes é acompanhada de abuso de álcool e drogas. O fato de uma pessoa não encontrar uma solução para seu estresse não significa que a solução não exista. A Logoterapia, por exemplo, ajuda o paciente a encontrar um significado na sua angústia. Não suprime a fonte da angústia, mas a torna mais suportável. Quando uma dor adquire um sentido, torna-se possível contorná-la, continuar a vida com um sorriso, desde que ela não seja incapacitante. Sob esse aspecto a logoterapia pode ajudar a vencer o alcoolismo nas suas etapas iniciais, quando ainda não surgiu dependência química. Uma situação de estresse real que passamos atualmente é o desemprego. Este problema social é de difícil resolução e geralmente faz com que as pessoas se ajustem às custas de elevação da tensão emocional prolongada, que é a mesma coisa de estresse.


Alcoolismo e desnutrição
As principais funções do processo alimentar são a manutenção da estrutura corporal e das necessidades energéticas diárias. Uma alimentação equilibrada proporciona o que precisamos. O álcool é uma substância bastante energética, em épocas passadas, chegou a ser usado em pacientes após cirurgias para uma reposição mais rápida da energia perdida na cirurgia. Apesar de altamente calórico o álcool não é armazenável. Não fossem os efeitos prejudiciais ao longo do tempo, o álcool seria um excelente meio de perder peso. Para que se possa entender como o álcool fornece energia e ao mesmo tempo não é armazenável é necessário entender seu mecanismo metabólico o que não será abordado aqui. Pelo fato do usuário de álcool possuir suas necessidades energéticas supridas ele não sente muita ou nenhuma fome, assim não há vontade de comer. A diminuição da oferta das substâncias (proteínas, açucares, gorduras, vitaminas e minerais) usadas na constante reconstrução dos tecidos, não interrompe o processo de destruição natural das células que estão sendo substituídas constantemente. Assim o corpo do alcoólatra começa a se consumir. Esse processo leva a desnutrição.



Testes Neuropsicológicos
Os pacientes alcoólatras confirmados ao se submeterem a testes de inteligência apresentam 45 a 70% normais. Contudo, esses mesmos ao fazerem testes mais específicos em determinadas áreas do funcionamento mental, como a capacidade de resolver problemas, pensamento abstrato, desempenho psicomotor, memória e capacidade de lidar com novidades, costumam apresentar problemas. Os testes normalmente representam atividades desempenhadas diariamente e não situações especiais ou raras. Este resultado mostra que os testes superficiais deixam passar comprometimentos significativos. Os testes neuropsicológicos são mais adequados e precisos na medição de capacidades mentais comprometidas pelo álcool. Tem sido observado também que no cérebro dos alcoólatras ocorrem modificações na estrutura apresentada nos exames de tomografia ou ressonância, além de comprometimento na vascularização e nos padrões elétricos. Como esses achados são recentes, não houve tempo para se estudar a relação entre essas alterações laboratoriais e os prejuízos psicológicos que eles representam.


Efeitos do Álcool sobre o Cérebro
Os resultados de exames pos-mortem (necropsia) mostram que pacientes com história de consumo prolongado e excessivo de álcool têm o cérebro menor, mais leve e encolhido do que o cérebro de pessoas sem história de alcoolismo. Esses achados continuam sendo confirmados pelos exames de imagem como a tomografia, a ressonância magnética e a tomografia por emissão de fótons. O dano físico direto do álcool sobre o cérebro é um fato já inquestionavelmente confirmado. A parte do cérebro mais afetada costumam ser o córtex pré-frontal, a região responsável pelas funções intelectuais superiores como o raciocínio, capacidade de abstração de conceitos e lógica. Os mesmos estudos que investigam as imagens do cérebro identificam uma correspondência linear entre a quantidade de álcool consumida ao longo do tempo e a extensão do dano cortical. Quanto mais álcool mais dano. Depois do córtex, regiões profundas seguem na lista de mais acometidas pelo álcool: as áreas envolvidas com a memória e o cerebelo que é a parte responsável pela coordenação motora.


O Processo Metabólico do Álcool
Quando o álcool é consumido passa pelo estômago e começa a ser absorvido no intestino caindo na corrente sanguínea. Ao passar pelo fígado começa a ser metabolizado, ou seja, a ser transformado em substâncias diferentes do álcool e que não possuem os seus efeitos. A primeira substancia formada pelo álcool chama-se acetaldeído, que é depois convertido em acetado por outras enzimas, essas substâncias assim com o álcool excedente são eliminados pelos rins; as que eventualmente voltam ao fígado acabam sendo transformadas em água e gás carbônico expelido pelos pulmões. A passagem do intestino para o sangue se dá de acordo com a velocidade com que o álcool é ingerido, já o processo de degradação do álcool pelo fígado obedece a um ritmo fixo podendo ser ultrapassado pela quantidade consumida. Quando isso acontece temos a intoxicação pelo álcool, o estado de embriaguez. Isto significa que há muito álcool circulando e agindo sobre o sistema nervoso além dos outros órgãos. Como a quantidade de enzimas é regulável, um indivíduo com uso contínuo de álcool acima das necessidades estará produzindo mais enzimas metabolizadoras do álcool, tornando-se assim mais "resistente" ao álcool. A presença de alimentos no intestino lentifica a absorção do álcool. Quanto mais gordura houver no intestino mais lenta se tornará a absorção do álcool. Apesar do álcool ser altamente calórico (um grama de álcool tem 7,1 calorias; o açúcar tem 4,5), ele não fornece material estocável; assim a energia oferecida pelo álcool é utilizada enquanto ele circula ou é perdida. A famosa "barriga de chop" é dada mais pelos aperitivos que acompanham a bebida.


Consequências corporais do alcoolismo
À medida que o alcoolismo avança, as repercussões sobre o corpo se agravam. Os órgãos mais atingidos são: o cérebro, trato digestivo, coração, músculos, sangue, glândulas hormonais. Como o álcool dissolve o mucus do trato digestivo, provoca irritação na camada externa de revestimento que pode acabar provocando sangramentos. A maioria dos casos de pancreatite aguda (75%) são provocados por alcoolismo. As afecções sobre o fígado podem ir de uma simples degeneração gordurosa à cirrose que é um processo irreversível e incompatível com a vida. O desenvolvimento de patologias cardíacas pode levar 10 anos por abusos de álcool e ao contrário da cirrose pode ser revertida com a interrupção do vício. Os alcoólatras tornam-se mais susceptíveis a infecções porque suas células de defesas são em menor número. O álcool interfere diretamente com a função sexual masculina, com infertilidade por atrofia das células produtoras de testosterona, e diminuição dos hormônios masculinos. O predomínio dos hormônios femininos nos alcoólatras do sexo masculino leva ao surgimento de características físicas femininas como o aumento da mama (ginecomastia). O álcool pode afetar o desejo sexual e levar a impotência por danos causados nos nervos ligados a ereção. Nas mulheres o álcool pode afetar a produção hormonal feminina, levando diminuição da menstruação, infertilidade e afetando as características sexuais femininas.

Dr Rodrigo marot