quarta-feira, 23 de março de 2011

Hidratação e Desidratação no idoso

A água é essencial para a vida e uma boa hidratação é importante para o organismo funcionar eficientemente. Os idosos têm uma necessidade de ingestão de líquidos semelhante à dos jovens adultos. Todavia, existem várias mudanças fisiológicas na sequência do processo de envelhecimento que podem afetar o equilíbrio hídrico nesta população, colocando os idosos em risco de desidratação.
O mecanismo de resposta de sede diminui com a idade, a quantidade total de água no organismo também é menor em virtude da perda de massa muscular e ocorre igualmente uma diminuição da função renal.

Em homens adultos, a porcentagem de água corpórea é de 60% e isto diminui 10% em homens idosos sendo 50% enquanto que em mulheres jovens, essa porcentagem é de 50% e em mulheres idosas é de 45%.
Geralmente aponta-se a faixa etária dos 30 anos como o ápice da reserva fisiológica da maior parte dos sistemas e início da perda.

A desidratação em idosos aumenta o risco de várias condições, como infecções urinárias, insuficiência renal, hipertermia sob condições de temperaturas elevadas, maior risco de quedas, confusão e delírio, estando também associada a um aumento das taxas de mortalidade em idosos hospitalizados.
Vários estudos de intervenção sugerem a necessidade de cuidados especiais com a hidratação de idosos que devem ser informados sobre a grande quantidade de bebidas disponíveis além da água. Quando os idosos são dependentes, o papel do cuidador e dos profissionais de saúde na manutenção de um adequado balanço hídrico é imprescindível.

*CAUSAS DE DESIDRATAÇÃO*

-  Hipernatremia (aumento de sódio) e diminuição de água no organismo;
-  Uso de diuréticos e laxantes;
-  Insuficiência renal;
-  Vômito e diarréia;
-  Febre com suor excessivo;
-  Diabetes insipidus (falta de produção de ADH – hormônio antidiurético);
-  Dificuldades de mobilidade quanto ao acesso a água;
-  Problemas de visão;
-  Dificuldades de deglutição;
-  Alterações cognitivas;
-  Uso de sedativos;
-  Medo da incontinência pode levar alguns idosos a limitar o consumo de líquidos;
- Baixo consumo de alimentos também diminui a quantidade de água adquirida dos alimentos.

*SINAIS DE DESIDRATAÇÃO*

- Aumento da agitação psicomotora;
- Indisposição para realização das atividades diárias;
- Dores de cabeça;
- Boca seca ou com pouca saliva;
- Choro sem lágrimas;
- Diminuição da urina ou urina concentrada (de cor forte);
- Diminuição da pressão arterial;
- Aumento da freqüência cardíaca;
- Letargia e sonolência;
- Pele que ao pinçar com os dedos, demora para voltar ao normal;
- Confusão;
- Fraqueza muscular;
- Obstipação;
- Tonturas;
- Irritabilidade;
- Pneumonia;
- Desorientação;
- Infecções do trato urinário;
- Perda de peso;
- Aumento de infecções.

*SUGESTÕES PRÁTICAS PARA OS IDOSOS BEBEREM MAIS ÁGUA*

É necessário informar as pessoas idosas sobre a necessidade de beberem o suficiente, mesmo quando pensam que não é necessário por causa da diminuição da sensação de sede com o envelhecimento. As pessoas idosas devem ser informadas sobre a grande variedade de bebidas disponíveis como, por exemplo, chá, sumos de frutas, infusões, leite e sopa. Também podem ser advertidas da importância do consumo de alimentos ricos em água, tais como os vegetais frescos, fruta, queijo fresco e iogurte. Os idosos devem ser informados que devem beber regularmente, em vez de beberem uma grande quantidade de uma só vez, porque a distensão gástrica rapidamente diminui a sensação de sede. Quando os idosos são dependentes, o papel dos cuidadores e dos profissionais de saúde é extremamente importante. As chamadas de atenção devem ser ainda mais frequentes nos meses quentes.

*CONCLUSÃO*

Uma informação adequada deve ser dada regularmente, não somente aos idosos, mas também às suas famílias, cuidadores e profissionais de saúde. Deve ser salientado o fato do mecanismo de sede diminuir com o envelhecimento, enquanto que as necessidades de hidratação se mantêm, tornando a manutenção da homeostase mais difícil. Todos os meios devem ser utilizados para manter um consumo de fluidos adequados.
Em caso de desidratação, com sonolência excessiva e/ou dificuldade de ingestão de líquidos, procure atendimento médico imediatamente.

Pollyana Junqueira-fisio

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