Uma ponte sobre o rio Paraná
Marco histórico da então moderna engenharia brasileira, a ponte entre Tibiriçá e o Porto XV de Novembro teve seu projeto e seus cálculos estruturais assinados pelo legendário Bruno Contarini, professor de Concreto Armado da PUC do Rio de Janeiro. O célebre engenheiro, que foi parceiro de Oscar Niemayer e Lúcio Costa em Brasília, voltou a destacar-se na construção da famosa ponte Rio-Niteroi.
Um dos mais antigos anseios e uma das mais prementes necessidades desta zona, sem dúvida, é o da construção de uma ponte sobre o Rio Paraná, ligando territorialmente o Estado de São Paulo ao do Mato Grosso, terminando com o rudimentar e moroso meio de transporte em balsas que fazem o enorme intercâmbio comercial entre essas duas unidades da federação. A louvável iniciativa de reencetar essa progressista campanha partiu do Rotary Club de Presidente Venceslau e vem encontrando eco profundo e favorável em meio das classes produtoras, mormente nesta região, assim como na imprensa estadual em geral, conhecedora da importância do empreendimento no que concerne ao futuro econômico de São Paulo. Já se manifestaram entusiasticamente sobre esse magno problema mais de trezentas câmaras municipais de São Paulo e Mato Grosso, e demais Rotary Club que, patrioticamente, se colocaram ao lado da campanha num empenho que deixa antever o seu breve êxito. Em linhas gerais, damos a seguir alguns detalhes técnico-econômicos sobre esse importante fato, compilados pela Comissão de Propaganda e enviados para “O Imparcial” pelo nosso confrade Hélio Serejo:Meu avô Frutoso Pires e mais alguns homens do Rotary Clube de Presidente Venceslau fizeram a História desta imensa obra.
1º) a ponte, dada as características do terreno, teria, no mínimo, 1.800 metros de comprimento, incluindo-se 350 metros de aterro na margem mato-grossense;
2º) os pilares mediriam entre 10 a 30 metros de altura (pilares centrais e pilares de margem);
3º) tendo-se em vista a topografia geológica nas circunvizinhanças do rio, o sistema de estaqueamento a ser adotado será o de estacas de concreto armado; a carcaça da ponte propriamente dita, seria de madeira, por meio de vigas paralelas, o que possibilitaria a construção da ponte definitiva (concreto ou aço) ao lado da mesma;
4º) os pilares estariam um do outro, 50 a 60 metros;
5º) esse sistema é conhecido pelo nome de “HOWE” e é largamente empregado na Suíça, Estados Unidos e Congo Belga;
6º) para a passagem de vapores na época das grandes enchentes, está prevista na parte mais profunda do rio, a construção de uma parte móvel que se elevará até uma altura de 15 metros;
7º) o ante-projeto é de autoria do engenheiro GOTTARD KUNZLI, brasileiro naturalizado, residente em Presidente Prudente;
1º) a ponte, dada as características do terreno, teria, no mínimo, 1.800 metros de comprimento, incluindo-se 350 metros de aterro na margem mato-grossense;
2º) os pilares mediriam entre 10 a 30 metros de altura (pilares centrais e pilares de margem);
3º) tendo-se em vista a topografia geológica nas circunvizinhanças do rio, o sistema de estaqueamento a ser adotado será o de estacas de concreto armado; a carcaça da ponte propriamente dita, seria de madeira, por meio de vigas paralelas, o que possibilitaria a construção da ponte definitiva (concreto ou aço) ao lado da mesma;
4º) os pilares estariam um do outro, 50 a 60 metros;
5º) esse sistema é conhecido pelo nome de “HOWE” e é largamente empregado na Suíça, Estados Unidos e Congo Belga;
6º) para a passagem de vapores na época das grandes enchentes, está prevista na parte mais profunda do rio, a construção de uma parte móvel que se elevará até uma altura de 15 metros;
7º) o ante-projeto é de autoria do engenheiro GOTTARD KUNZLI, brasileiro naturalizado, residente em Presidente Prudente;
8º) o Comandante Nelson de Oliveira, da Marinha de Guerra do Brasil, já deu início à constituição de uma sociedade anônima que poderá financiar a construção da ponte, o que dependerá, naturalmente, de autorização e aprovação governamental;
9º) a necessidade da ponte é óbvia, pois facilitará o escoamento da produção do Município de Dourados, futuramente o maior potencial agrícola do país, isto devido à indiscutível uberdade de suas terras;
10º) alguns dados estatísticos do que foi transportado, por balsas, entre o Porto Tibiriçá e Porto XV de Novembro, no biênio 1953-1954: 400.924 cabeças muares, 74.029 pessoas, 16.950 veículos, 48.807 toneladas de cargas, renda verificada no transporte de animais em geral Cr$ 5.784.100,50, renda verificada no transporte de veículos e cargas, Cr$ 3.880.882,50.
O Imparcial - Reprodução resumida de algumas matérias da edição nº 3.026, de 22 de maio de 1.955, domingo.
Inauguração da ponte em 22 de agosto de 1965Tenho orgulho em relatar aqui que juntamente ao nosso escritor Sr Hélio Serejo, meu avô Frutuoso José Pires e mais alguns grandes homens foram os responsaveis pela Tramitação e todo empenho naquela que seria a segunda maior ponte da América Latina e uma das maiores do mundo.Minha avó tem até hoje um diploma de honras prestadas ao meu avô pelos relevantes serviços prestados assinado pelo então Presidente da República.
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