Vi este texto e gostei muito então resolvi posta-lo a autora Elenita Rodrigues de Brasilia:
E então me pediram para falar de amor não-correspondido. Pensei em textos lindos, mas o fato é que ultimamente eu não ando muito poética. Minha praticidade (nada pisciana, até me espanta...) tem invadido minhas reflexões ultimamente.
Amor não-correspondido? Se o seu caso é esse, antes de qualquer coisa, cabe perguntar: não correspondido por quê? A relação acabou? O outro perdeu o interesse? Foi um mal-entendido? Ainda vale a pena insistir?
Cada história é uma história com suas dores, suas delícias, suas peculiaridades. Mas a questão é que -- se a história chegou ao fim e não há mais nada que se possa fazer -- é preciso que você decida continuar e prosseguir.
Amor não se cobra de ninguém. Atenção, carinho, dedicação e afeto muito menos. Existe estratégia pra tudo. Pra despertar a atenção, o interesse, pra conseguir levar pra cama, pro altar, pro manicômio se for o caso, mas pra fazer amar? Existe estratégia pra fazer amar?
O amor é espontâneo. A gente dá o que há de melhor dentro da gente e confia que vai ser amado de volta. E ou nos amam, exatamente da forma que a gente é, com o nosso melhor, o nosso pior e os nossos melhoramentos diários, ou não nos amam. As estratégias não valem nada quando se trata de amor.
A responsável pela sua vida e pela sua felicidade é você. Ou você se contenta com o que tem e vive em paz e feliz com isso, ou não se contenta e vive em paz e feliz sem isso. O que parece irracional (e é!) é não tomar atitude alguma, continuar fazendo as mesmas coisas e esperar que tudo magicamente se modifique!
O mesmo vale pra todo o resto na vida. Eu vivo falando de perder uns quilinhos, mas é puro charme, vou ter que confessar. Eu adoro ouvir "você está ótima assim, emagrecer pra quê?". É claro que eu gostaria de perder uns 3 ou 4 quilos, mas se eu estivesse realmente insatisfeita, pararia de me boicotar com sorvete de uva-passa e docinhos de abacaxi, que eu absolutamente adoro e dos quais não vou abrir mão nunca!
É o óbvio isso! Quando quis perder peso, perdi. Quando quis ganhar mais dinheiro, trabalhei mais, me estressei mais e ganhei. Quando quis ficar mais saudável, cuidei mais da minha saúde... por que cargas d'água a mesma metáfora não valeria para os relacionamentos?
A gente sofre? Claro. Mas passa. O importante é: NÃO CULTIVE RITUAIS DE SOFRIMENTO. Se acabou, aprenda a lidar com isso. E, a menos que sofrer te dê prazer (e acredite, algumas vezes pode dar), abra mão das práticas comuns que reforçam seu sentimento de perda.
Quer um exemplo? Quantas vezes vc já bisbilhotou os recados deixados para o/a ex no orkut? Quantas vezes não viu de novo aquela foto? E aquela música tão linda de vocês? Quantas vezes não ouviu e se lembrou dos bons momentos?
SE NÃO ACABOU, AJA! SE JÁ ACABOU, ESQUEÇA!
Mas cuidado com a curtição de solidão. Curtir solidão às vezes é o máximo! Eu acho lindo... Você se sente nobre e forte e serena e garbosa, sofre sentimentos densos e renasce como fênix... lindo isso, certo? Errado.
Se ultimamente você tem chorado se olhando no espelho e se preocupado com o seu melhor ângulo, você não está sofrendo tanto quanto imagina (ou gostaria!).
Levante essa cabeça! Acabou? Dê aquele livro que te lembra muito daquela viagem que vocês fizeram juntos. É um dos seus favoritos? Depois vc compra outro. E aquele CD que vcs ouviram durante o último jantar? ESQUEÇA! E também não assista repetidamente àquele filme, devolva (ou jogue fora!) aquela bendita camiseta, não peça para comer sozinho/a aquela pizza que vcs comiam juntos depois de passar madrugadas inteiras fazendo amor ou trepando loucamente.
O importante é: NÃO CULTIVE RITUAIS DE SOFRIMENTO!
Sofrer é tantas vezes tão bonito que já vi pessoas se apaixonarem loucamente apenas pela paixão. (Eu, nesse grupo.) Você não conhece o outro... conhece o sentimento que sente (ou inventa) pelo outro. Não ama a pessoa em si, mas ama amá-la simplesmente. E amar é tão bonito, não é?
Nosso maior problema é que o amor romântico é sempre tão mais bonito que o amor cotidiano e comum... esse mesmo que a gente constrói todo dia dividindo experiências, dificuldades, tristezas e alegrias... O amor romântico está no filme do homem-aranha, na novela das oito, no seu seriado favorito, até no filme de suspense. Mas sabe o que eu descobri?
Que eu não acredito em amor sem experiências compartilhadas. Eu não acredito em amor se muito desse amor não tiver os pés bem cravados no chão dos seus próprios defeitos e dos defeitos do outro. E pra isso a gente precisa conhecer.
Mas, sim, a gente vai chorar de vez em quando quando assistir àquela cena de cinema, vai se inebriar do romantismo mais profundo, e vai amar o amor, e a nossa vontade de amar será tamanha que criará fantasias irremediáveis... e vai ser bonito.
Mas a gente vai decidir o quê no fim das contas? Amar sozinha? Alimentar o sentimento existente muitas vezes só porque irrealizável?
Ah, existem outras coisas no amor que vão muito além da beleza. Mas pra isso é preciso de DOIS =))
Então eu vou decidir outra coisa. Vou decidir prosseguir... com meus calos, meus suspiros, minhas idiossincrasias, meu gênio forte e meu espírito repleto de vulnerabilidades... e, mais dia menos dia, vou me perceber vivendo do lado daquele moço, cheinho de defeitos, com um jeito irritante que me tira realmente do sério, dono de manias tão tolas quanto lindas... o moço, aquele mesmo, que desde muito esperei.
E então me pediram para falar de amor não-correspondido. Pensei em textos lindos, mas o fato é que ultimamente eu não ando muito poética. Minha praticidade (nada pisciana, até me espanta...) tem invadido minhas reflexões ultimamente.
Amor não-correspondido? Se o seu caso é esse, antes de qualquer coisa, cabe perguntar: não correspondido por quê? A relação acabou? O outro perdeu o interesse? Foi um mal-entendido? Ainda vale a pena insistir?
Cada história é uma história com suas dores, suas delícias, suas peculiaridades. Mas a questão é que -- se a história chegou ao fim e não há mais nada que se possa fazer -- é preciso que você decida continuar e prosseguir.
Amor não se cobra de ninguém. Atenção, carinho, dedicação e afeto muito menos. Existe estratégia pra tudo. Pra despertar a atenção, o interesse, pra conseguir levar pra cama, pro altar, pro manicômio se for o caso, mas pra fazer amar? Existe estratégia pra fazer amar?
O amor é espontâneo. A gente dá o que há de melhor dentro da gente e confia que vai ser amado de volta. E ou nos amam, exatamente da forma que a gente é, com o nosso melhor, o nosso pior e os nossos melhoramentos diários, ou não nos amam. As estratégias não valem nada quando se trata de amor.
Me lembrei daquela amiga envolvida há tanto tempo com o marido "infeliz" de alguém que está sempre para "terminar o casamento". Ela vive pensando no que pode fazer e no que não pode fazer para "acelerar" esse processo. Se mudou de cidade, alterou radicalmente a agenda, mas continua infeliz... Já disse a ela algumas vezes:
A responsável pela sua vida e pela sua felicidade é você. Ou você se contenta com o que tem e vive em paz e feliz com isso, ou não se contenta e vive em paz e feliz sem isso. O que parece irracional (e é!) é não tomar atitude alguma, continuar fazendo as mesmas coisas e esperar que tudo magicamente se modifique!
O mesmo vale pra todo o resto na vida. Eu vivo falando de perder uns quilinhos, mas é puro charme, vou ter que confessar. Eu adoro ouvir "você está ótima assim, emagrecer pra quê?". É claro que eu gostaria de perder uns 3 ou 4 quilos, mas se eu estivesse realmente insatisfeita, pararia de me boicotar com sorvete de uva-passa e docinhos de abacaxi, que eu absolutamente adoro e dos quais não vou abrir mão nunca!
É o óbvio isso! Quando quis perder peso, perdi. Quando quis ganhar mais dinheiro, trabalhei mais, me estressei mais e ganhei. Quando quis ficar mais saudável, cuidei mais da minha saúde... por que cargas d'água a mesma metáfora não valeria para os relacionamentos?
A gente sofre? Claro. Mas passa. O importante é: NÃO CULTIVE RITUAIS DE SOFRIMENTO. Se acabou, aprenda a lidar com isso. E, a menos que sofrer te dê prazer (e acredite, algumas vezes pode dar), abra mão das práticas comuns que reforçam seu sentimento de perda.
Quer um exemplo? Quantas vezes vc já bisbilhotou os recados deixados para o/a ex no orkut? Quantas vezes não viu de novo aquela foto? E aquela música tão linda de vocês? Quantas vezes não ouviu e se lembrou dos bons momentos?
SE NÃO ACABOU, AJA! SE JÁ ACABOU, ESQUEÇA!
Mas cuidado com a curtição de solidão. Curtir solidão às vezes é o máximo! Eu acho lindo... Você se sente nobre e forte e serena e garbosa, sofre sentimentos densos e renasce como fênix... lindo isso, certo? Errado.
Se ultimamente você tem chorado se olhando no espelho e se preocupado com o seu melhor ângulo, você não está sofrendo tanto quanto imagina (ou gostaria!).
Levante essa cabeça! Acabou? Dê aquele livro que te lembra muito daquela viagem que vocês fizeram juntos. É um dos seus favoritos? Depois vc compra outro. E aquele CD que vcs ouviram durante o último jantar? ESQUEÇA! E também não assista repetidamente àquele filme, devolva (ou jogue fora!) aquela bendita camiseta, não peça para comer sozinho/a aquela pizza que vcs comiam juntos depois de passar madrugadas inteiras fazendo amor ou trepando loucamente.
O importante é: NÃO CULTIVE RITUAIS DE SOFRIMENTO!
Sofrer é tantas vezes tão bonito que já vi pessoas se apaixonarem loucamente apenas pela paixão. (Eu, nesse grupo.) Você não conhece o outro... conhece o sentimento que sente (ou inventa) pelo outro. Não ama a pessoa em si, mas ama amá-la simplesmente. E amar é tão bonito, não é?
Nosso maior problema é que o amor romântico é sempre tão mais bonito que o amor cotidiano e comum... esse mesmo que a gente constrói todo dia dividindo experiências, dificuldades, tristezas e alegrias... O amor romântico está no filme do homem-aranha, na novela das oito, no seu seriado favorito, até no filme de suspense. Mas sabe o que eu descobri?
Que eu não acredito em amor sem experiências compartilhadas. Eu não acredito em amor se muito desse amor não tiver os pés bem cravados no chão dos seus próprios defeitos e dos defeitos do outro. E pra isso a gente precisa conhecer.
Mas, sim, a gente vai chorar de vez em quando quando assistir àquela cena de cinema, vai se inebriar do romantismo mais profundo, e vai amar o amor, e a nossa vontade de amar será tamanha que criará fantasias irremediáveis... e vai ser bonito.
Mas a gente vai decidir o quê no fim das contas? Amar sozinha? Alimentar o sentimento existente muitas vezes só porque irrealizável?
Ah, existem outras coisas no amor que vão muito além da beleza. Mas pra isso é preciso de DOIS =))
Então eu vou decidir outra coisa. Vou decidir prosseguir... com meus calos, meus suspiros, minhas idiossincrasias, meu gênio forte e meu espírito repleto de vulnerabilidades... e, mais dia menos dia, vou me perceber vivendo do lado daquele moço, cheinho de defeitos, com um jeito irritante que me tira realmente do sério, dono de manias tão tolas quanto lindas... o moço, aquele mesmo, que desde muito esperei.
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