domingo, 15 de maio de 2011

ERROS MÉDICOS -MATÉRIA DO JORNAL OESTE NOTICIAS DESTE DOMINGO

Erros médicos destroem vidas
e denunciam falência da saúde

Profissionais despreparados e
má qualidade estrutural do sistema
provocam danos irreversíveis e até mortes




Caracterizados pela negligência, imperícia ou imprudência, que resultam num mau resultado ou até na morte, os erros médicos prejudicam vidas, acabam com elas ou deixam sequelas, muitas vezes, irreversíveis. É comum acompanhar na imprensa casos bizarros, como encontrar objetos cirúrgicos esquecidos dentro de corpos de pacientes após procedimentos cirúrgicos. Situações que geram indenizações em elevados valores, onde os "lesados" encontram respaldo até no Código de Defesa do Consumidor. Para precaver-se dessas possíveis ações, muitos médicos aderem a seguros para minimizar os prejuízos financeiros provenientes desses processos, no entanto, segundo o médico legista José Hamilton do Amaral, os seguros podem gerar mais problemas como a falta de confiança por parte dos pacientes e classificação errônea dos profissionais. Segundo o profissional, quem é negligente "deveria ser preso". Na região de Presidente Prudente não é difícil encontrar casos e processos movidos na Justiça em relação a erros médicos. Um deles, que está sob investigação policial, é a de uma jovem que morreu após ter o útero e o intestino perfurados no momento da curetagem após um aborto espontâneo. Segundo o marido da vítima na época, que preferiu preservar a identidade, as lesões infeccionaram e após 46 dias de internação a jovem morreu com infecção generalizada, em 2009. "Além de perder meu primeiro filho também perdi minha esposa. Estávamos casados há apenas um ano e meio. Isso é um absurdo", desabafou o viúvo. "Tudo isso é muito revoltante e traumatizante para toda a família. Não gosto muito de falar sobre o assunto e aguardo somente a justiça", concluiu. Outro caso é de uma menina de apenas cinco meses de Prudente. Segundo relato da mãe da vítima, a bebê começou a apresentar muita febre e diarreia, sendo levada a um hospital. A criança ficou internada por vários dias e submetendo-se a tratamento para infecção intestinal, mas como o quadro não melhorava, os pais, sem condições financeiras na época, conseguiram juntar uma quantia em dinheiro para levar a filha a uma unidade particular. "Os médicos fizeram a gente assinar um termo de responsabilidade para tirar a criança", disse a mãe. Encaminhada ao novo hospital, ela relata que foi feita uma radiografia e constatado que os pulmões da criança estavam tomados por infecção e foi diagnosticada pneumonia. "Depois de ver a radiografia eu disse assim para o médico: olha como está o pulmão da minha filha! No outro dia de manhã, a funerária veio em casa avisar da morte dela", concluiu a mãe. Mais um caso que corre na Justiça, mas de Presidente Venceslau, é de uma jovem grávida que começou a apresentar sintomas de febre e vômito. Procurou socorro médico e foi aconselhada, por telefone, a tomar determinado medicamento apenas para baixar a temperatura do corpo. No dia seguinte, a jovem realizou alguns exames laboratoriais, entre eles, de urina e hemograma, os quais apresentaram normal para urina e alteração para hemograma. Após ser atendida por outros profissionais de saúde, um dos médicos a diagnosticou como tendo hepatite do tipo 2, em função das fortes dores lombares. O quadro da jovem foi se agravando e novos sintomas como pés e mãos arroxeados e urina escurecida começaram a aparecer. Novos exames de urina foram feitos e apresentaram alteração muito significativa. Porém, a equipe médica apontou que a alteração se deu pela falta de higienização na hora da coleta. Em determinado momento, os médicos informaram que a jovem tinha uma infecção intestinal rara e grave chamada "Megalócon Tóxico" e que o bebê que esperava deveria ser "descartado", porque usariam o medicamento Citotec. Diante da piora do quadro e dos constantes desencontros de diagnósticos, a mãe da jovem fretou um avião e no dia seguinte a paciente foi transferida para um conceituado hospital em São Paulo onde logo, no primeiro atendimento, foi diagnosticado estado de choque séptico, por provável causa de infecção de trato urinário. "Com apenas 13 dias de tratamento adequado, a paciente se recuperou e sua gravidez e a vida do seu filho também foram preservadas", foi relatado na petição.

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