sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pantanal - 2

HISTÓRIA
Muito antes do descobrimento do Brasil, os índios Guaicurus dominavam toda a região do Pantanal. Souberam utilizar o cavalo introduzido pelos espanhóis, tornando-se exímios cavaleiros. Durante séculos de penetração dos colonizadores, a resistência à ocupação se constituiu na tônica das relações entre índios e brancos. O Pantanal parece ter sido palco da maior e mais obstinada cena de oposição sistemática à presença colonizadora. Como resultado desse violento conflito ocorreu o quase extermínio da população indígena.
Os Xavantes, a mais importante tribo da região, dizimados e expulsos de suas terras localizadas entre os rios Araguaia e Tocantins, se encontram atualmente confinados em reservas indígenas distribuídas pelo território mato-grossense.
Deve-se também levar em consideração que, de acordo com recentes pesquisas em dezenas de sítios arqueológicos da região mato-grossense, onde foram encontrados inclusive ossos de animais pré-históricos como preguiças gigantes e tigres de dente-de-sabre, há evidências da presença do homem pré-histórico, grupos de caçadores/coletores e ceramistas, anteriores ao desenvolvimento das culturas indígenas conhecidas.}
A área brasileira pertenceu à Espanha pelo Tratado das Tordezilhas, assinado em 1494, onde se localiza o Pantanal, foi ignorada pela certeza de que eram inesgotáveis as minas de ouro e prata do México, Peru e Bolívia. Diante dessa atitude dos espanhóis, os portugueses, já a partir de 1525, começaram a explorar a região.
Mais tarde, as bandeiras vasculharam todo território à procura de ouro, pedras preciosas e principalmente à caça de índios para os trabalhos na lavoura, já que o preço dos negros escravos estava acima das posses dos moradores da província de São Paulo. Embora, no início do século XVII, a Espanha tenha procurado barrar esse movimento, incentivando a construção de missões ao longo dos rios Paraguai e Paraná, a cargo dos padres jesuítas, a ocupação portuguesa já se consolidava.
Após a Guerra dos Emboabas, os paulistas, alijados da região das Minas Gerais, reorientaram as bandeiras em busca de novas jazidas auríferas. Foi assim que o bandeirante Pascoal Moreira Cabral descobriu as minas de Cuiabá, em 1718.
Diante desta descoberta, o rei D. João V de Portugal, em 1748, resolveu reorganizar a administração daquela área para facilitar a fiscalização. Separou a região em duas partes, criando dois governos próprios. Surgiram assim as Capitanias de Mato Grosso e de Goiás. Portugal e Espanha, após longas negociações, assinaram o Tratado de Madri, em 1750, oficializando a ocupação portuguesa. Em troca da colônia de Sacramento muito cobiçada pela Espanha, a coroa portuguesa recebeu todo o vale do Amazonas, com as áreas correspondentes aos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e Rio Grande o Sul, onde se multiplicavam cidades e vilarejos.
Porém, com o esgotamento das minas durante o século XIX, a região entrou em declínio, ficando abandonada por longo tempo. Somente no início do século XX voltou a prosperar com a chegada de seringalistas, de plantadores de erva-mate e soja e sobretudo de pecuaristas, reunindo um dos mais significativos rebanhos de gado bovino e tornando-se a última grande fronteira agrícola do Brasil. Em 1977, com a separação, o Estado de Mato Grosso do Sul ficou com dois terços das ricas fauna e flora do Pantanal.
Até as primeiras décadas deste século, a região era visitada praticamente apenas por expedições científicas, para conhecimento de sua fauna e flora exuberantes. Por essa época, o Pantanal recebeu um visitante ilustre. O antropólogo francês, Claude Lévi-Strauss, encontrou no Centro-Oeste Brasileiro a inspiração para renovar a antropologia.
O que marcou esta época foram as expedições chefiados pelo marechal Rondon que percorreram Mato Grosso até Rondônia e o Acre até Manaus, construindo milhares de quilômetros de linhas, várias estações telegráficas, descobrindo acidentes geográficos e sobretudo mantendo relações pacíficas com os índios.
TURISMO
Atrativo histórico
Fortaleza Militar de Coimbra - À beira do rio Paraguai, o forte é dominado pelo Morro da Marinha. Tombado há 23 anos pelo Patrimônio Histórico Nacional, abriga a artilharia da 18ª brigada de Infantaria de Fronteira do Exército.
Uma de suas atrações, com belíssimas formações, é a Gruta Buraco do Inferno.
Atrativos Naturais
Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense - Com uma área de 135.000ha, o parque localiza-se no extremo sudoeste de Mato Grosso, na confluência dos rios Paraguai e Cuiabá, pertencendo ao município de Poconé. É a região mais selvagem do Pantanal, oferecendo o espetáculo de sua fauna com jacarés, capivaras, jaguatiricas, tucanos, garças, tuiuiús, além de inúmeros peixes.
O acesso ao parque só é feito de barco, mas o Centro de Visitantes fica em Poconé.
O Reino dos Jacarés - Durante as vazantes ou nas baías, os jacarés dominam a paisagem. Quase invisíveis no meio dos aguapés, eles ficam de tocaia durante horas à espera de uma garça, de um socó ou de uma jaçanã, para variar o cardápio que comumente se constitui de peixes. A tocaia quase nunca dá certo, mas os jacarés não desistem. Uma grande atração do Pantanal é a focagem noturna de jacarés, feita em barcos pelos inúmeros rios.
O Mar dos Xaraiés - A presença de lagoas de água salgada de um verde muito vivo, onde sobrevivem apenas jacarés e micromoluscos, na região de Nhecolândia, cuja estrutura nem mesmo as cheias periódicas conseguem mudar, gerou várias explicações. Arqueólogos e geólogos discutem a possibilidade desta região ter sido coberta pelo mar, há milhões de anos, ou ainda, pode-se dizer que as águas salgadas são consequência da concentração de sais minerais presentes na água depois da evaporação, no período da seca.
Rio Paraguai - Os cruzeiros fluviais entre Corumbá e Porto Jofre especializados em pescarias podem se transformar em torres de observação da natureza. A partir de Corumbá, o Albatroz, um barco de 38m de comprimento e com 18 camarotes, realiza viagens com duração de 5 dias. Barcos equipados para a pesca que navegam pelo rio Paraguai e afluentes em programas que duram de 5 a 7 dias podem também ser utilizados para passeios.
Safári fotográfico - Excursões organizadas por agências de São Paulo com duração média de quatro dias. Exigindo disposição para caminhadas e pernoite em barracas, camionetas especiais saem de Corumbá para acampamentos rústicos na região de Nhecolândia.
Cavalgada - Acompanhadas por peões e guias, as cavalgadas são organizadas por empresas especializadas, com duração de até nove dias. Num interessante programa criado pela fazenda Caiman, o participante acompanha uma "comitiva de gado" na qual os peões transmitem todas as informações necessárias sobre segurança, sistema de condução de gado e técnicas de equitação.
A Transpantaneira - Atravessa o Pantanal mato-grossense a partir de Poconé e termina em Porto Jofre, na divisa com Mato Grosso do Sul. É verdadeiramente emocionante o espetáculo natural e a magia que o caminho proporciona. Durante a seca, milhares de animais se concentram nas laterais alagadas da pista, onde podem ser vistos, bem de perto, jacarés, cobras, gaviões, tuiuiús, tucanos e araras.
Cidades
Corumbá - Porto fluvial cuja importância econômica no passado encontra-se inscrita na arquitetura dos casarões construídos durante o século XIX. Com a maior parte de seu território dentro do Pantanal, atualmente investe na pesca e no turismo ecológico.
De Corumbá a Porto da Manga pode-se observar as grandes escarpas de um maciço rico em hematita compacta cimentada por óxido de ferro. Por isso, os indígenas o chamaram de Urucum, nome de uma planta cuja semente servia para fazer uma tinta vermelha com que os índios pintavam o corpo e o rosto.
Poconé - Porta de entrada do Pantanal para quem vem de Cuiabá, ainda sobrevive da pecuária e do que resta da garimpagem do ouro. Seu acesso se dá pela Transpantaneira, estrada que apresenta em seu percurso numerosas pontes de madeira e torna-se intransitável durante a época das chuvas. É interessante visitar a mina de ouro.
Cáceres - Localizada numa das entradas do Pantanal, pelo lado norte, assegurou um lugar no Guiness Book, pela realização do maior torneio de pesca em água doce.
Aquidauana - Porta de entrada do Pantanal pelo lado sul, de onde saem estradas de terra para Tupaceretâ e Barra Mansa, para Cipolândia e Jacobina, pequenas cidades no interior do Pantanal.
Porto Murtinho - Porto fluvial, na parte sul do Pantanal, cujo acesso se faz por longos trechos de estrada de terra desde Guia Lopes da Laguna. Localiza-se num dos trechos mais piscosos do rio Paraguai.
Campo Grande - povoada a partir de 1875, foi elevada à categoria de cidade em 1918. Com a divisão do Estado, em 1977, tornou-se a capital do novo Estado de Mato Grosso do Sul.
Cuiabá - Capital do Estado de Mato Grosso. Cidade de clima muito quente e próxima dos principais pontos turísticos do estado.
Barão de Melgaço - Típica cidade pantaneira. A arquitetura de suas casas, construídas no século XIX, lembra um passado quando a cidade se concentrou numa das mais importantes regiões açucareiras do país.
Porto Jofre - Numa localização privilegiada, a cidade é considerada o coração do Pantanal. O prenúncio de chuvas, a explosão da flora, a exuberância da fauna, tudo que possa revelar as características da região com maior intensidade encontra-se nesta cidade tipicamente pantaneira.
Pesca
Dourados, pintados, pacus, barbados, jurupocas, piabuçus, jaús são as principais espécies de peixes que se distribuem pelos rios da região pantaneira.
Rio Aquidauana - Nasce na Serra de Maracaju, atravessa a cidade de Aquidauana, juntando-se ao Rio Miranda perto de Passo de Lontra, na estrada Parque do Pantanal.
Rio Miranda - Das proximidades de Aquidauana até o rio Paraguai, na altura de Corumbá, o Rio Miranda atravessa a região sul do Pantanal. Em vários trechos encontram-se pesqueiros e hotéis, voltados exclusivamente para a pesca.
Rios Negro e Abobral - Desaguam no Rio Paraguai perto de Corumbá, passando por uma região deserta.
Rio Paraguai - O maior rio da região, atravessando grande parte do Pantanal, nasce na Serra de Araporé e serve de fronteira do Brasil com a Bolívia e o Paraguai.

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