As declarações dadas pela secretária de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania, Eloísa de Souza Arruda, e pelo diretor-executivo do Itesp, Marcos Pilla, de que as invasões de terra promovidas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) durante a ação ‘Abril Vermelho’ são, respectivamente, "políticas" e "prestam um desserviço à reforma agrária", tiveram uma reação contundente do líder dos sem terra na região, José Rainha Júnior. Ele confirmou ter se reunido ontem em Presidente Prudente com o superintendente regional do Incra em São Paulo, Raimundo Pires da Silva, quando reiterou o pedido para que o órgão do governo federal assuma o processo de reforma agrária no Estado, "ante a ineficiência do Itesp". Ao mesmo tempo, encaminhou carta ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, na qual denuncia que, por pouco, não se repetiu na região, no último sábado, o massacre de Eldorado dos Carajás, referindo-se a apreensão de armas e bombas caseiras em uma fazenda no município de Euclides da Cunha Paulista. Sobre as declarações feitas por representantes do governo estadual, Rainha disse que tais manifestações se constituíram em ofensas aos trabalhadores sem terra. "São declarações ofensivas", afirma. E questiona: "Temos cerca de 6.800 famílias assentadas no Pontal. Gostaria que a secretária ou o diretor do Itesp me apontasse um assentamento que não tenha sido fruto da ação dos movimentos sociais e das ocupações?". Segundo ele, o ‘Abril Vermelho’ já totaliza 55 ocupações no Estado de São Paulo, englobando o Pontal, Alta Paulista, regiões Noroeste e de Araçatuba, com a participação de mais de cerca de seis mil trabalhadores. Ao Oeste Notícias, Rainha se apresentou como coordenador do MST no Pontal do Paranapanema, a despeito de a direção estadual do Movimento afirmar que não reconhece sua liderança regional e, inclusive, o classifica como dissidente. José Rainha informou que ontem se reuniu com o superintendente regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em São Paulo, Raimundo Pires da Silva. "O objetivo foi reiterar o pedido para que o Incra intervenha no Estado de São Paulo, assuma a política de reforma agrária, ante a ineficiência e incapacidade do Itesp [Instituto de Terras do Estado de São Paulo] em executá-la". Segundo ele, o superintendente prometeu levar a reivindicação ao presidente do Incra, Celso Lacerda.
Presidente Prudente se situa como capital regional e porta de entrada para o Pontal do Paranapanema,o pontal compreende como principais cidades Mirante do Paranapanema, Teodoro Sampaio até porto Primavera.
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