quarta-feira, 8 de junho de 2011

AMOR NÃO CORRESPONDIDO -

Pungente o sofrimento de um amor não correspondido. Ela se fecha em si mesma num masoquismo estranho. Sofre e sente prazer.
As lágrimas são poesias. O coração dói fundo. Ninguém sabe. Ninguém vê. Ninguém sente. Só você. Amor não correspondido é da cor cinza. Sem graça. Sem vida. Desenvolvido na ausência, na perda. Dor calada, quase eterna. A pessoa amada é como uma estrela no firmamento. Brilha muito, mas não esta ao seu alcance. Mergulha nesse brilho. Sente a beleza. Está ali, mas não está. É como sol escondido sob as nuvens. Está ali, mas não está. É como aroma de comida gostosa na casa do vizinho.
Inveja disfarçada dos casais felizes. Você está sozinho em sua dor. Ninguém pode compartilhá-la. Quem pode poderá compreendê-la? Inveja do amor correspondido. Raiva. Paixão. Mistura esquisita. Você sente. Não quer mais sentir, mas a ferida está bem ao seu alcance. Queria roubar um beijo. Não posso. Desejo um telefonema. Ela não atende. Sonho com um e-mail. Não vem. O sofrimento vem e vai. Vai e vem. Aperta a noite. O cigarro aceso no cinzeiro conhece toda a minha dor. A insônia conhece. As xícaras de café fumegante, requentado. A noite fria. Chove miudinho. Gotinhas de saudade escorrem pela minha janela.
Gotinhas de saudade podem escorrer pela sua janela também. Você navegando a esmo pela net, pode estar se sentindo como eu. Um bobo. Um apaixonado. Se você é mulher, por favor, acredite em mim!
Um dia, acordei recuperado. Consegui dar um longo suspiro de alívio! Abri a janela e senti o calorzinho convidativo do sol. Ah, que bom! A dor havia ido embora? Algemas soltas. Coração livre. Coragem surpreendente. Esfreguei as mãos com orgulho. Liberdade. Na alma . No coração. Outras paragens. Quem sabe, um novo amor!
Voltei para casa à noite. Joguei as chaves do carro no sofá. Um pouco de angústia. Cansaço? Ou seria recaída? Não permitiria que aquela desalmada entrasse de novo em meu coração. Impregnasse minhas entranhas. Invadisse meus pensamentos como um alienígena. Ah, não! Eu estava quase liberto! Café. Geladeira aberta. De repente, eu me lembrei do perfume dela. Perto. Muito perto. O telefone tocou. Sobressalto! Coração bateu descompassado. Raiva. Confusão. Deveria atender? Seria ela? Na dúvida cruel, percebi com certo prazer masoquista, que começara tudo de novo
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