sexta-feira, 25 de maio de 2012

Desabamento de predio no centro de Prudente

Um barracão onde funciona uma loja de móveis na Avenida Coronel José Soares Marcondes, área central de Presidente Prudente, desabou parcialmente por volta das 12h10 desta quinta-feira (24). Funcionários que estavam no momento do acidente não sofreram ferimentos. A suspeita é que a estrutura tenha sido abalada por uma obra que ocorre no terreno vizinho.
De acordo com a vendedora do local, Claudete Silva de Mello, os donos da loja são da cidade de Osvaldo Cruz e alugam o barracão há cerca de quatro anos. Ela conta que ouviu barulhos de terra deslizando e, logo em seguida, percebeu os vidros das vitrines trincando. Quando saiu do local, a parede começou a ceder aos poucos.
“Não deu tempo de fazer mais nada. Sorte que todos nós conseguimos sair a tempo, mas todos nossos pertences ficaram dentro da loja. Tivemos a impressão que o prédio todo ia cair e só pensamos em salvar nossas vidas”, salienta.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, a obra de aterramento para construção de um prédio comercial que está acontecendo no terreno ao lado da loja pode ter sido a causa do desabamento, pois há um buraco no terreno, por onde o alicerce lateral do barracão cedeu, dando origem à queda de toda a parede, o que comprometeu toda a estrutura.
“O barracão onde funciona a loja de móveis está condenado totalmente. Já o salão do lado, onde funciona uma loja de eletroeletrônicos, ficará interditado por precaução. Também por motivo de segurança, houve o desligamento da energia e do fornecimento de água do local, para evitar infiltração no solo”, explica o tenente dos bombeiros, Cláudio Aranda.
O proprietário do barracão atingido, Luciano Assati, revelou que por enquanto não é possível calcular o valor total do prejuízo. “Acredito que só pela estrutura física, no mínimo cerca de R$ 400 mil. Porém, teremos prejuízo com a locação da loja de móveis e até mesmo com a possível perda do cliente”, revela.
A Polícia Científica chegou no local por volta das 13h40 e ainda está trabalhando nas investigações. O trecho da Avenida Coronel José Soares Marcondes entre as ruas São Sebastião e Emilio Mori está interditado por tempo indeterminado. “Aos poucos liberaremos pelo menos uma faixa da avenida para facilitar o trânsito, já que é um local de muito movimento na cidade”, informa Aranda.

O responsável pela obra que ocorre ao lado do barracão esteve no local, mas disse que não iria falar sobre o assunto.


Após o desabamento nessa quinta-feira (24) de um barracão onde funcionava uma loja de móveis na Avenida Coronel José Soares Marcondes, área central de Presidente Prudente, uma loja de eletrônicos, vizinha do local, foi interditada por correr risco de desabar também. Nesta sexta-feira (25), os bombeiros e a Prefeitura decidiram interditar também parte de uma concessionária de veículos, por precaução.
Desde a manhã de hoje, um guindaste segura a estrutura da loja para que o barracão não desabe por completo e afete os prédios vizinhos.
“Orientamos que interditassem o local para que, em caso de desabamento da parede lateral da loja afetada, funcionários dos comércios vizinhos não estejam expostos a riscos”, explica o secretário de Planejamento Urbano de Pudente, Laércio Alcântara.
O comerciante da loja de eletrônicos, Sérgio Sanches, que precisou parar totalmente os seus serviços no local, pois a área está comprometida, tirou hoje sua mercadoria de dentro da prédio.
“Tirei tudo de dentro, tenho medo de a parede do lado ceder. Agora vou procurar um salão para atender meus clientes, o que para mim está sendo um grande transtorno”, desabafa.
Como a suspeita é que a parede que ocasionou a queda de parte do prédio da loja de móveis tenha sido comprometida por uma obra que ocorre no terreno ao lado, o secretário de Planejamento diz que tudo isso é reflexo de um erro.
“Isso é resultado de estrutura mal feita. Quando iniciarem o plano de recuperação, provavelmente caia desde a loja comprometida até a parede da concessionária”, alerta Alcântara.
Irregular
Ontem, a Prefeitura informou que o terreno do lado onde ocorrem os serviços de terraplanagem não tinha alvará para tal e, por isso, tinha sido notificado. Hoje, porém, o secretário de Planejamento Laércio Alcântara diz que a escavação e até mesmo um muro de arrimo construído no local não são considerados obras, portanto, apesar da falta de alvará e da notificação, os trabalhos no local não poderiam ser considerados ilegais.
“A movimentação de terra e o murro de arrimo podem ser feitos. O que não pode é construir, por exemplo, um paredão”, frisa.
Solução
Quanto à solução, ele comenta que até a próxima terça-feira (29) os responsáveis pelas duas construções afetadas terão que apresentar um plano de recuperação. “Eles precisam apresentar um projeto em conjunto e nomearem um responsável pelas obras futuras”, comenta Alcântara.
Até a data estipulada, um engenheiro ou arquiteto deverá apresentar um projeto de responsabilidade técnica, já que os reparos da obra são de responsabilidade dos afetados. De acordo com o secretário, para a Prefeitura fica apenas a obrigação de proteger a segurança dos pedestres nos entornos da área atingida. “Antes do acidente, os tapumes foram colocados no local para preservar os pedestres. Só seria ilegal se não tivesse tapume, foi por isso que interditamos o local, pois se desabar para o lado da rua, a Prefeitura se responsabilizará”, afirma.




Ifronteira.com (Globo)