domingo, 3 de abril de 2011

Meu nome é humor - PAULO DIÓGENES UM DOS MELHORES HUMORISTAS DO PAÍS- RAIMUNDINHA



A mudança é de impressionar. Em apenas 20 minutos, o ator Paulo Diógenes ´desaparece´ em meio a muita maquiagem e quilos de figurino para dar lugar à sua mais espalhafatosa criação. Aliás, a criatura, que atende pelo nome de Raimundinha, acaba de completar 20 anos. Uma moça, gente! Seu maior legado? Ter feito muita gente chorar... de tanto rir

Pense numa emergente que ´se acha´ e não tem a menor vergonha de admitir. Assim é a espaçosa Raimundinha, um daqueles casos em que a criatura supera o criador.

Desde que veio ao mundo para virar estrela nos palcos da vida, já se vão 20 anos. Para Paulo, falar do surgimento dessa ´mulher´ é contar um pouco da trajetória de um humor peculiar que colocou o Ceará em lugar de destaque na galeria do riso em todo o país.

No novo show, que preparou especialmente para a ocasião e que estreou ontem, no Teatro São José, ´Raimundinha 20 anos - Meu nome é humor´, Paulo Diógenes dá continuidade ao humor terapêutico - do tipo contra o estress e o mau-humor - com uma sátira às biografias de gente famosa. Aliás, é a bem a cara da Raimundinha, mesmo!

Antes de mostrar seu novo espetáculo ao público, o humorista arranjou um tempinho, e olha que isso não é fácil, para conversar com a equipe do Zoeira. Ora Paulo, ora Raimundinha, revelou como é viver, literalmente, com essa perigosa perua e ainda refletiu sobre a arte de fazer rir. Confira mais:

Ela por ele

´A Raimundinha é uma caricatura da típica mulher do povo que fala alto, vai à luta e consegue atravessar os problemas pela visão positiva e alegria de viver. Foram 10 anos até chegar ao que ela é hoje: uma emergente que usa tudo de uma vez só para mostrar que tem, sem perder nunca o jeito suburbano´.

O começo
´Foi numa peça de teatro em que eu era a mãe que queria fazer da filha crente uma estriper . Essa mulher sem nome foi o embrião da Raimundinha. Daí em diante foi um processo de amadurecimento. Uma vez, andando pelo Centro, vi uma mulher que gritava com o filho sem se preocupar em dar vexame. O teatro é muito isso. Você pega um pouco daqui, um pouco dali e vai dando vida à personagem´.

O improviso

´Como eu pego vários públicos, às vezes no mesmo dia, não dá para fechar um texto. O mesmo show que eu faço para o grupo que vai a Disney não funcionaria para os executivos de um banco. Os espetáculos dependem muito da interatividade com a platéia, tem que haver interferência do público e improviso o tempo todo porque é isso o que caracteriza o humor cearense´.

Humor revolucionário

´O jeito cearense de fazer humor é revolucionário porque conseguimos prender a atenção do começo ao fim e ainda obter a participação do público. Isso porque nossa escola foram os bares onde concorríamos com a bebida, a comida e os amigos´.

Novo show

´Fala de uma biografia não autorizada da Raimundinha onde entram minhas outras duas personagens femininas: a sonhadora Catita e a velha Carolina. Na verdade, é uma sátira às chamadas biografias ´não autorizadas´ de famosos´.
PerfilO homem escondido embaixo dos vestidos bufantes da Raimundinha traz no corpo sete tatuagens, duas delas em homenagem aos filhos George, 29, e Micael, 21, e é viciado em malhação. ´Faço os outros rirem, mas minha terapia é malhar´, confessa.

Aos 46 anos, ele se considera um humem plenamente realizado, duas décadas após ter largado o emprego no Banco do Estado do Ceará, motivo do fim de seu primeiro casamento. ´Vale a pena correr atrás de um sonho´, observa.

Contra a vontade do pai, o ex-deputado estadual Osmar Maia Diógenes, largou tudo e foi morar num quartinho de empregada.

´Me chamavam de louco porque abri mão da estabilidade financeira e afetiva. Mas estava em busca da felicidade. Fiz tudo o que quis da vida e não olho para trás. Não vejo nem minhas apresentações na TV´.


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